Após
um início ruim, as exportações do agronegócio gaúcho fecharam 2017 com um
aumento de 4,43% no valor comercializado na comparação com 2016. A recuperação
foi tão expressiva, que pela primeira vez o mês de dezembro cruzou a barreira
de 1 bilhão de dólares desde o início da série histórica, atingindo US$ 1,002
bilhão. Os dados estão no Relatório de Comércio Exterior do Agronegócio do Rio
Grande do Sul, divulgado pela Assessoria Econômica do Sistema Farsul, nesta
quinta-feira (18).
O
primeiro semestre do ano foi marcado por preços internacionais baixos. A
situação foi agravada pela variação cambial que também era desfavorável. Esse
quadro acabou por gerar uma retração nas exportações com junho registrando
-0,67%. “A gente considerava que se fechasse no zero seria bom pois o
resultado estava muito ruim”, comenta o economista-chefe do Sistema Farsul,
Antônio da Luz.
O
cenário foi completamente alterado na segunda metade do ano. Com o crescimento
da taxa de câmbio e o aumento dos preços internacionais as vendas deram um
salto. “No segundo semestre os preços internacionais tiveram uma melhora
substancial. Isso fez com que o mercado começasse a vender bem mais do que
vinha vendendo. Tudo aquilo que foi represado no primeiro semestre foi
comercializado no segundo, sobretudo a soja”, destaca Luz. A oleaginosa em
grãos teve uma alta de 22,81%.
O
resultado só não foi melhor em decorrência dos desempenhos da carne bovina
(-4,55%) e do arroz (-6,36%). “A queda na carne bovina se deu por conta
da Operação Carne Fraca e as questões da JBS. Já o arroz teve preço da tonelada
operando em preços muito baixos ao longo do ano, nos tirando competitividade”,
compara o economista.
Outra
questão levantada por Luz está na receita do produtor. “Como a taxa de câmbio
está mais baixa do que em 2016, a receita em reais caiu 2,38%, fazendo com que
ela acabe neutralizada. O que nós lamentamos, uma vez que os produtores fazem
seus negócios em reais, não em dólares”, explica.
No
volume também houve um crescimento nas exportações, com 10,03% e ultrapassando
20 milhões de toneladas. A China se manteve como principal comprador do
agronegócio gaúcho em dezembro, sendo destino de 44,2% das vendas. Bem atrás
aparece os Estados Unidos com 3,9% em segundo lugar, seguido pela Rússia, com
3,2%.
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