O
secretário Executivo e ministro em exercício do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, Eumar Novacki, esteve na sede da Farsul, nesta
segunda-feira (9/4), para a elaboração de estratégias para o desenvolvimento
das culturas do trigo, arroz e leite do estado. A reunião foi promovida pelo
presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, que articulou o encontro com o
secretário e o próprio Ministro, Blairo Maggi, durante a Expodireto Cotrijal,
no mês de março. O objetivo é a implantação de planos semelhantes ao lançado
pelo Mapa para a fruticultura em parceria com o setor privado.
O
presidente do Sistema Farsul , Gedeão Pereira, ressalta que foram dados os
encaminhamentos possíveis, não exatamente os necessários .”O ministro tem uma
ideia estruturante que é semelhante a nossa. Seriam políticas agrícolas
determinadas, de caráter duradouro, para que as cadeias não fiquem nessa
instabilidade que tem sido nefasta ao crescimento delas”, comentou.
Novacki
explica que o objetivo é desenvolver programas de governança que vão além das
soluções emergenciais. “É um projeto para unir boas práticas, estudar e
abrir novos mercados internacionais, além de valorização do produto por meio de
estratégias de marketing”, detalha. Para o secretário, o trabalho depende da
mudança de comportamento. “Se nós queremos ser grandes, precisamos pensar
grande. É uma questão de sobrevivência. Para que a gente continue ocupando
espaços precisamos nos organizar”, avalia.
Antes
de discutir cada cultura individualmente, o economista-chefe do Sistema Farsul,
Antônio da Luz apresentou sugestões visando melhorar as atuais políticas
públicas do setor. Conforme o economista, além de ter poucos recursos
disponíveis, o governo gasta mal. “A maior parte são para folha de pagamento e
custos administrativos e tributários em bancos oficiais. Precisamos usar melhor
os recursos em políticas públicas que realmente façam a diferença na vida do
produtor”, indica.
Os
problemas enfrentados pelo arroz e leite não são muito diferentes. As
questões envolvendo o Mercosul estão entre as principais reclamações. A
diferença nos valores dos insumos que acabam por interferir diretamente na
competitividade do produtor brasileiro foi debatida. A demanda da Farsul, que
já foi levada à FPA, recebeu a promessa de comprometimento do ministro em
revisar a questão para todas as cadeias.
O
presidente da Comissão do Arroz a Farsul, Francisco Schardong, destaca que o
cereal passa por dificuldade por um longo período . Para ele, isso acontece
porque muitos soluções apresentadas pelo governo não passam pela real demanda
da lavoura. “É um setor que vem se afundando ano a ano. O Plano Safra para o
arroz é uma miragem, a gente não consegue chegar nele”, reclama.
Farsul,
Fetag e Sindilat entregaram documento ao ministro solicitando a escoamento de
50 mil toneladas de leite em pó ou o equivalente em UHT. O mecanismo utilizado
seria por meio de compras governamentais e pela utilização do Prêmio de
Escoamento da Produção (PEP) para derivados lácteos (leite em pó, UHT e queijos).
Já
a sustentabilidade da triticultura está comprometida, conforme o presidente da
Comissão das Culturas de Inverno da Farsul, Hamilton Jardim. Ele lembrou que o
Plana Safra cobre, apenas, entre 55% e 60% dos custos de produção, o que
colabora na redução da área plantada nos últimos anos. “Temos problemas de
custos de produção, de preço mínimo, de seguro agrícola. Além disso, os
produtores ainda não receberam o Pepro da safra anterior”, aponta o dirigente
que destaca que a produção do trigo não representa 70% do consumo no país.
A
reunião se estendeu ao longo do dia e teve a participação, além dos diretores
da Farsul, de integrantes da equipe técnico do Mapa, parlamentares estaduais e
federais, representantes da Fetag, Federarroz, Sindilat, entre outros. Em 30
dias acontecerá um novo encontro em Brasília quando as culturas de arroz e
leite irão apresentar uma proposta de estruturação para as cadeias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário