quarta-feira, 24 de julho de 2019

Sistema Farsul e Fundação Pró-Sementes apresentam resultados do ECR da soja 2018/2019


Os resultados do Ensaio de Cultivares em Rede (ECR) de soja safra 2018/2019, elaborado pela Fundação Pró-Sementes em parceria com Sistema Farsul e patrocínio do Senar-RS, foram divulgados nesta terça-feira (16/07), na sede da federação. O levantamento tem por objetivo testar o desempenho das principais cultivares de soja usadas no Rio Grande do Sul em diferentes localidades para verificar as variedades que apresentam melhor produtividade em cada região. 
A apresentação marcou os dez anos ininterruptos da realização da pesquisa em parceria com a Fundação Pró-Sementes. “Esse estudo, que exige um forte investimento, tem apoiado os produtores a escolher as sementes que serão usadas e a conhecer caraterísticas de novas cultivares lançadas todo o ano. Nosso projeto é ampliar o processo para descobrir as melhores janelas de plantio para as regiões”, afirmou o presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira. 
A apresentação contou com a presença do secretário da Agricultura, Covatti Filho, que destacou a importância da iniciativa para tornar a lavoura gaúcha ainda mais competitiva. A soja é a principal cultura em rentabilidade do Rio Grande do Sul. O Estado produz, anualmente, mais de 19 milhões de toneladas da oleaginosa.
O resultado foi apresentado num período em que os produtores estão começando a comprar os seus insumos para a lavoura e tomando a decisão de quais sementes irá plantar. O levantamento testou na última safra 38 cultivares de soja, 11 com tecnologia RR e 27 com Intacta, de oito obtentoras, mais precoces e mais tardias. Os oito locais escolhidos pela unidade de pesquisa da Fundação Pró-Sementes contemplam todas as áreas de produção de soja no estado. 
Foram selecionados os municípios de Cachoeira do Sul (várzea a coxilha), Passo Fundo, Santo Augusto, São Luiz Gonzaga, Bagé, São Gabriel, Tupanciretã e Vacaria. As condições climáticas foram favoráveis na maioria das regiões, com exceção de Bagé, que enfrentou seca nos meses de janeiro e fevereiro, e Cachoeira do Sul (várzea), que foi perdido por excesso de umidade.
A coordenadora da unidade de Pesquisa e Desenvolvimento da Pró-Sementes, Kassiana Kehl, resumiu o resultado de todas as regiões e apontou diferença de produtividade de até 24 sacos por hectare dependendo da cultivar e região, o que significa, na prática, um ganho de R$ 1704,00. Essa diferença é muito significante”, afirmou. Os experimentos são implantados e conduzidos de maneira uniforme em todos os locais, oferecendo ao produtor rural e à assistência técnica informações idôneas das principais  cultivares indicadas para cada região.
As cultivares foram agrupadas em dois grupos, de acordo com seus ciclos de maturação. O grupo 1 congregou os materiais precoces, e o segundo grupo avaliou os de ciclo médio a tardio.
O levantamento também concluiu que as variedades precoces são as mais produtivas, especialmente num clima normal.  O vice-presidente da Farsul, Elmar Konrad, ponderou a importância de plantar não só as precoces, mas também de ciclo mais tardio para se prevenir em caso de clima desfavorável. 
Konrad destacou que, além do estudo facilitar a escolha das melhores cultivares para cada localidade, seu histórico também mostra a evolução do desempenho das lavouras gaúchas, cujas médias de produtividade mais baixas e mais altas estão mais próximas. A redução foi possibilitada pelo uso de novas tecnologias e melhora do manejo. “O Rio Grande do Sul colhe cerca 54 sacos por hectare de soja, volume semelhante ao de outros Estados e países da América do Sul”, afirmou. 
Os resultados completos do estudo estão na publicação “Desempenho de Cultivares de Soja Indicadas para o Rio Grande do Sul – Safra 2018/2019”. O coordenador do Senar-RS, Umberto Moraes destacou que o estudo está à disposição de todos os produtores rurais do estado no site www.farsul.org.br e na página da Fundação Pró-Sementes para o ECR: www.fundacaoprosementes.com.br. Interessados também poderão acessar o conteúdo na sede da Farsul e nos sindicatos rurais do interior.

Cadeia láctea é tema de importantes encontros na Farsul


 
Reinstalação da Comissão do Leite da Farsul, definição de preços do Conseleite e o desenvolvimento da cadeia da região sul, proposto pela Aliança Láctea Sul Brasileira, pautaram três reuniões realizadas, na sede da Farsul. A estrutura da cadeia, investimento para o setor e Instruções Normativas foram debatidos por produtores, indústrias, cooperativas e governo durante os encontros.
O processo de reestruturação e reativação de comissões da Farsul chegou ao setor lácteo. Na tarde da terça-feira, representantes de sindicatos rurais oficializaram a retomada da Comissão do Leite da Farsul e indicaram Leonel da Fonseca, do Sindicato Rural de Pelotas, para a coordenação. Para ele, a primeira ação passa pelo aumento do número de integrantes de outros sindicatos que tenham ligação com a produção leiteira. “Nós precisamos, como comissão, reativar efetivamente essa parceria Farsul e demais sindicatos na área do leite. Colocá-la, efetivamente, na ativa com produtores que vistam a camiseta. Temos que ter gente que viva o dia a dia de uma propriedade e que o principal negócio seja leite”, comenta. O subcoordenador é Sérgio Munari, do Sindicato Rural do Vale do Paranhana.
Este primeiro encontro serviu para a apresentação do funcionamento das comissões. Ficou decidido entre os participantes que as primeiras ações serão voltadas para a destinação dos impostos pagos pelos produtores e os investimentos dos recursos do Fundoleite. O metodologia para o cálculo preço referência feito pelo Conseleite também estará em debate. “Nós vamos agregar outros sindicatos. Aliás, todos estão convidados para que indiquem seus representantes para ter uma representatividade melhor da cadeia leite no estado. Em um primeiro momento, partimos de alguns questionamentos da metodologia do Conseleite para tentar ter mais transparência para que todos os produtores entendam”, explica Fonseca. 
Os encontros serão mensais, nas mesmas datas das reuniões do Conseleite, como aconteceu na terça-feira, quando o conselho esteve reunido pela manhã, quando divulgou o valor de referência projetado para junho de R$ 1,1297 o litro, valor 4,14% menor do que o consolidado de maio, que fechou em R$ 1,1784. Conforme o professor da UPF Eduardo Finamore, o resultado reflete queda do leite UHT (-3,27%), do leite em pó (-1,16%) e do queijo mussarela (-4,57%) no mês.
Já na quarta-feira, a Aliança Láctea Sul Brasileira debateu ao longo do dia os problemas comuns nos três estados do sul. A abertura foi feita pelo diretor financeiro da Farsul, José Alcindo de Souza Ávila, que durante sua saudação lembrou da visita que o presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, fez à China como integrante da comitiva organizada pelo Ministério da Agricultura, onde pode conhecer o potencial de negócios com o país asiático e a necessidade de desenvolver a cadeia para torná-la competitiva internacionalmente. Sobre esse cenário, Leonel Fonseca avalia o encontro muito proveitoso. “Nós, produtores, indústria e cooperativas estamos todos no mesmo barco. As Instruções Normativas, por exemplo, já estão implantadas, não tem como voltar atrás, mas precisam de ajustes, as contas não fecham. É muito fácil no papel, na prática é outra coisa”, conclui. O vice-presidente da Farsul, Elmar Konrad, esteve presente no encontro.

quarta-feira, 10 de julho de 2019

Governo acelera retirada da vacina contra a aftosa

Estado quer agendar visita dos técnicos da União para antes da Expointer
O Rio Grande do Sul está correndo contra o tempo para garantir uma auditoria do Ministério da Agricultura na fiscalização sanitária gaúcha ainda em julho para então, com o aval da pasta, anunciar o fim do vacinação contra a febre aftosa. A pressa se justifica por mais de um motivo. O primeiro deles é que a auditoria precisaria ocorrer até o início de agosto. Depois disso, os funcionários da área de fiscalização agropecuária já estarão majoritariamente envolvidos com os trâmites da Expointer, que começa no final do próximo mês, atrasando o processo. O tema será tratado hoje, em Brasília, pelo secretário estadual da Agricultura, Covatti Filho. Caso não receba a autorização dos técnicos do Ministério da Agricultura ainda antes da Expointer, o Estado se distanciará em um ano, ou mais, do Paraná, que poderá conseguir antes a classificação de livre sem vacinação por parte da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE). Ingressando antes do Estado no rol de livre sem vacinação, o status paranaense poderá implicar em duas perdas ao Rio Grande do Sul, incluindo prejuízos a produtores e até mesmo frigoríficos no mercado de exportações. "Estamos pedido que a auditoria seja feita entre o final de julho e início de agosto. Se o Paraná ingressar sozinho como zona livre sem vacinação e se somar a Santa Catarina, já perderemos de imediato a venda de genética para fora do Estado devido às diferentes classificações", diz o diretor do Departamento de Defesa Agropecuária do Estado, Antônio Carlos Ferreira Neto. De acordo com Ferreira Neto, o Estado já fez correções que haviam sido apontadas em vistorias feitas pelo Ministério da Agricultura. Nos próximas dias haverá reuniões entre representantes do governo e da área de segurança (Brigada Militar, policias rodoviária estadual e federal e até Exército) para elaborar um plano estadual de controle de animais nas fronteiras, diz Ferreira Neto. O ingresso irregular de animais de fora do Brasil é um dos riscos da retirada da vacinação, segundo especialistas, e uma das dificuldades gaúchas. "Ainda temos necessidades de pessoal na área administrativa para podermos liberar mais veterinários aos trabalhos de campo, mas já estamos estudando como resolver isso", diz o diretor de defesa agropecuária. Uma fonte ligada ao setor, que prefere não ser identificado, alega que a fiscalização gaúcha enfrente problemas, o que pode levar a auditoria do ministério a não permitir o fim da vacinação. Ele afirma, porque exemplo, que a falta de recursos tem levado a redução no consumo de combustível, por exemplo, e com isso a menos fiscais em campo. "Um auditoria, se bem feita, vai ver os riscos de retirar a vacinação no Rio Grande do Sul, o que não ocorre no Paraná, que tem investido fortemente no setor. Ciente disso, já há frigoríficos olhando terrenos para construir em Santa Catarina ou no Paraná para poder exportar de um região livre de aftosa sem vacinação', afirma o profissional. Para o presidente da Associação dos Fiscais Agropecuários (Afagro), Antônio Augusto Medeiros, o trabalho dos fiscais gaúcho não seria um impeditivo para a retirada da vacinação. Medeiros defende que, apesar da crise financeira gaúcha, os fiscais têm redobrando o empenho para garantir o trabalho. Mas Medeiros admite que há, sim, risco de o Estado perder investimentos em frigoríficos caso o Paraná saia na frente. "Esse risco é maior especialmente na área de suínos", diz o presidente da Afagro. Para o diretor do Departamento de Defesa Agropecuária, a perda de investimento em frigoríficos realmente pode ser uma fonte de preocupação. "Se ficarmos isolados, já que Santa Catarina não tem mais vacinação, podemos ter uma perda de mercado de exportação, sim. Não por questão sanitária, mas de mercado", analisa Ferreira Neto. Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, porém, a atual alta demanda chinesa carnes em geral, devido ao avanço da peste suína africana no país, o governo do gigante asiático deve liberar e facilitar a habilitação de novas plantas exportadoras. Neste caso, mesmo com status sanitário diferente de Santa Catarina e Paraná, o Rio Grande do Sul não seria prejudicado

eSocial muda e reduz exigências

Sistema será extinto em 2020. Número de dados solicitados cairá de 900 para 450 até setembro
acabar com o eSocial e lançar um novo sistema para a prestação de informações previdenciárias, trabalhistas e tributárias em janeiro de 2020. A equipe pretende reduzir já nos próximos dois meses o número de dados dos atuais 900 para 450 que empresas e empregadores domésticos são obrigados a informar. O anúncio foi feito pelo secretário da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, depois de acordo com o relator da medida provisória da Liberdade Econômica (881), deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), que incluirá em seu relatório a previsão de extinção e criação do novo sistema.
"O eSocial pode e deve ser melhorado. Estão sendo suspensas novas mudanças e manteremos o atual sistema nos próximos seis meses com simplificações", afirmou Marinho. Na sexta-feira, o governo editou uma portaria suspendendo exigências que começariam em julho e que aumentariam para 2 mil o número de informações prestadas. Segundo ele, serão criadas duas novas plataformas, uma para os dados prestados à Receita Federal e outra para informações de previdência e trabalho.
Entre as mudanças que serão feitas no sistema nos próximos meses está a retirada de informações duplicadas ou que não são exigidas por lei, como número do RG, título de eleitor e NIT/PIS - os dados cadastrais serão concentrados no CPF. "O novo sistema será criado levando em consideração o que já foi investido pelas empresas. A migração para novo sistema será amigável para que não percamos o que já foi feito até agora."
O eSocial é uma ferramenta que reúne os dados trabalhistas, fiscais e previdenciários das empresas em uma só plataforma. No início, somente patrões de empregados domésticos eram obrigados a usar o eSocial. A partir de janeiro deste ano, empregadores do Simples Nacional (incluindo MEI), empregadores pessoa física (exceto doméstico), produtor rural e entidades sem fins lucrativos foram obrigados a aderir ao sistema.
Desde julho, empresas de médio porte (faturamento entre R$ 4,8 milhões e R$ 78 milhões) passaram a ter que enviar seus dados ao sistema, que já era obrigatório desde janeiro para as grandes. E desde novembro, as micro e pequenas e os MEI (microempreendedores individuais) também passaram a ser obrigadas a usar o sistema.