quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

O novo homem do campo para a cidade (Artigo)

O produtor deixou de ser um mutuário rural

Até pouco tempo atrás, o cidadão urbano via o homem do campo como um colono pobre, endividado, alguém para quem nunca emprestaria dinheiro. Um cidadão sem formação, sem informação, com dívidas impagáveis. Eram outros tempos, em que juros bancários abusivos condenavam o produtor à penúria da imobilidade social, com muito trabalho e pouca renda, incapaz de investir em novas tecnologias.
A realidade começou a mudar no fim da década de 1990, quando o produtor deixou de ser um mutuário rural c passou a contar com programas sólidos de financiamento, com empréstimos adequados e juros mais acessíveis. Com recursos disponíveis, a tecnologia veio para o lado de dentro da porteira. Os índices de produtividade saltaram de 1,2 mil quilos de grãos por hectare, em meados dos anos 1970, para mais de 3,8 mil quilos no ano passada Desempenho três vezes maior.
O homem do campo, que antes trabalhava para pagar dívidas e torcia pelas sobras para a própria sobrevivência, agora move o país para a frente. Os números da balança comercial divulgados recentemente pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento demonstram isso: embarcamos o equivalente a US$ 81,86 bilhões em produtos agro-pecuários, enquanto os outros setores econômicos acumularam receita negativa de US$ 14,87 bilhões. Ou seja, em vez de prejuízo, o país finalizou o ano passado com saldo de US$ 66,99 bilhões. Graças ao agro.
De marginalizado, o homem agora é um vencedor. A cidade passou a compreender a sua importância. Pesquisa recente com mais de mil entrevistados mostra isso: 95% entendem o agro como importante ou extremamente importante para o Brasil. Ainda de acordo com os resultados, 67% dos consultados veem o produtor rural como um profissional atualizado, moderno e que faz uso das mais avançadas tecnologias. E 96% deles sentem orgulho do agronegócio.
A população está mais consciente do papel do campo para o país. O agronegócio, aliás, ganhou espaço nobre na mídia, com campanhas que mostram números e trajetórias do lado rural do Brasil. Na Globo, Agro é Pop. Na Band, Somos Agro. Para todos, agora, agro é orgulho.

AGROTÓXICOS Fórum critica a todo governo

O Fórum Gaúcho de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos encaminhou ofício para a Casa Civil do governo do Rio Grande do Sul solicitando explicações sobre os motivos que levaram o Executivo a publicar, no Diário Oficial de 17 de janeiro, o decreto 53.888, que altera outro decreto, de 1988, e dá novas regras para o procedimento de cadastro de agrotóxicos no Estado. O procurador da República Rodrigo Valdez de Oliveira, que é coordenador do Fórum, diz que a alteração é um retrocesso, já que permitirá o ingresso no Rio Grande do Sul de produtos não autorizados nos pró- prios países onde foram criados. "Temos que priorizar a segurança do meio ambiente, a segurança alimentar e a saúde da população", justificou. O Estado ainda não se manifestou.

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

ARROZ Produtor reduz oferta e espera preço melhor

No lançamento da Aberturada Colheita, Federarroz citou crise e alguma expectativa dever cotação reagir
A s cerca de 8,2 milhões de toneladas de arroz que os agricultores gaúchos vão colher neste ano, ao final do ciclo 2017/2018, poderão ter um preço melhor do que o obtido pelo grão na safra 2016/2017. É o que espera o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz), Henrique Dornelles, que comandou ontem, na Estação Experimental do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), em Cachoeirinha, o lançamento da 28ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, que ocorrerá no mesmo local entre os dias 21 a 23 de fevereiro. Apesar da expectativa, Dornelles lamentou a crise da orizicultura, que qualificou como a pior dos últimos 20 anos, com preços rebaixados a níveis que não remuneram os custos de produção. A diminuição da área de cultivo do arroz no Rio Grande do Sul, de 1,1 milhão de hectares para cerca de 1 milhão de hectares, deve enxugar parte da oferta do produto (que na safra passada foi de 8,7 milhões de toneladas) e ajudar a diminuir o estoque nacional de passagem, de 1,5 milhão de toneladas no início para 1 milhão de toneladas no final do ciclo 2018/2019. "A redução da oferta, o auxí- lio do governo na liberação de mecanismos de comercialização (leilões PEP e Pepro) e o controle das importações nos fazem vislumbrar a perspectiva de preços melhores", avalia Dornelles. De acordo com o levantamento feito pelo Sistema Farsul, que apura o Índice de Inflação dos Preços Recebidos (IIPR), a cotação do arroz caiu 24% entre dezembro de 2016 e dezembro de 2017, saindo de R$ 49,35 para R$ 37,13. "Imagine um trabalhador ver cortado 24% do seu salário enquanto crescem todas as despesas que ele precisa pagar", comparou o presidente da Federarroz . "É esta a situação do orizicultor e se não houver melhora ele terá de migrar para outras culturas." A programação da Abertura Oficial da Colheita do Arroz deste ano estará atenta à presença do produtor e terá palestras técnicas voltadas ao melhoramento da cultura. A organização ainda não tem confirmadas presenças de autoridades, mas destaca que a intenção é privilegiar assuntos de interesse da categoria e não o discurso político. Participaram da cerimônia de lançamento do evento, além do presidente da Federarroz, o diretor-administrativo da Farsul, Francisco Schardong, o diretor-técnico do Irga, Maurício Fischer, e o vice-presidente da Fetag, Nestor Bonfanti.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Assessor do Sistema Farsul assume presidência de Câmara Técnica do Conselho de Recursos Hídricos

O assessor Técnico do Sistema Farsul, Eduardo Condorelli, foi eleito presidente da Câmara Técnica de Águas Superficiais do Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CRH). A denominação inicial era de Câmara Técnica de Outorga e Cobrança, demonstrando a importância da representação e participação em suas atividades.
Criada recentemente, a Câmara já inicia os trabalhos com a responsabilidade de debater importantes temas. Entre eles estão dois polêmicos: a Portaria da Fepam que cria a figura de rios livres de barramentos no RS e o que envolve a revisão dos critérios de outorga do uso da água ou a dispensa do mesmo para açudes e barragens que atendem empreendimentos ligados à irrigação.
O mandato tem duração de um ano, podendo ser prorrogado pelo mesmo período. Condorelli representa o Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Negro, que é presidido pelo Sindicato Rural de Bagé.


sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Gedeão Pereira-Assume o Senar-RS

O Presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, assumiu ontem como presidente do Conselho Administrativo do Senar-RS, na primeira reunião de membros do ano. O Conselho decide as diretrizes, controla e analisa a atuação do SENAR no Rio Grande do Sul e também é responsável pelas aprovações orçamentárias da entidade. "Como foco temos um SENAR que deve acompanhar a velocidade da evolução tecnológica e levá-la por meio de informação e conhecimento aos produtores e trabalhadores para usufruírem dessas novidades". Explicou o novo presidente

PREÇOS RECEBIDOS Recuo de 11,54% em 2017

Em 2017, o Índice de Inflação de Preços Recebidos (IIPR) pelo produtor rural caiu 11,54% em relação a 2016. O percentual, apurado mensalmente pela Assessoria Econômica do Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), foi divulgado ontem e, segundo o economista-chefe da entidade, Antônio da Luz, confirma o previsão de que "2017 seria ano de safra cheia e bolso vazio". O resultado, o pior desde o início da série histórica, em 2010, foi ocasionado por fatores ocorridos em 2016 - como a crise política e econômica eavariação cambial - e pela conjuntura mundial, que teve grande oferta de grãos e desvalorização das commodities. "De julho de 2016 a abril de 2017 tivemos dez meses de queda no IIPR, e foi em abril do ano passado, mês em que se atinge o pico de comercialização, que a redução chegou a atingir 18%", explica Da Luz. O relatório da Farsul também apontou recuo acumulado de 3,9% no Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP) em 2017. Mas a redução não foi considerada suficiente para amenizar a situação do produtor. "Esta queda só vai ser sentida na safra 2017/2018, a anterior foi plantada com custos altos", ressalta Da Luz. Para o ciclo deste ano, o economista diz que os preços estão melhores, como já sinaliza o mercado futuro, mas sem grandes avanços na rentabilidade do agricultor porque a produção disponível será menor.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

FUNRURAL Bloqueio de bens é contestado

      Lei que trata do parcelamento dos débitos permite que a Fazenda torne imóveis indisponíveis
A lei 13.606, que instituiu o parcelamento para quitação de dívidas com o Funrural, trouxe uma nova preocupação para os empregadores rurais. O artigo 25 prevê que, após a inscrição em dívida ativa de passivo não pago, a Fazenda Pública pode tornar os imó- veis indisponíveis. "Isso é muito grave. Com o bem bloqueado, o produtor perde suas garantias reais, as poucas que tem", critica o vice-presidente da Farsul e presidente do Sindicato Rural de São Gabriel, Tarso Teixeira. O advogado Ricardo Alfonsin, especialista em dívidas agrícolas, explica que a possibilidade de ter os bens bloqueados está valendo para qualquer pessoa inscrita em dívida ativa com a União e não só para o Funrural. "No meu entendimento, é algo inconstitucional porque o bloqueio de bens só pode ser feito por determinação judicial", destaca. O advogado tributarista da Sociedade Rural Brasileira, Marcelo Guaritá, diz que a entidade e outras congêneres entregarão ao Poder Judiciário, nos próximos dias, manifestação contrária ao artigo. "Vamos estudar todos os aspectos e questionar isso", enfatiza. O assunto também já está na pauta da OAB nacional. Em fevereiro, os conselheiros representantes de todos os Estados irão decidir, em reunião, sobre a provável promoção de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade para tentar derrubar a possibilidade da penalização sem autorização judicial. Teixeira conta que, em recente reunião de entidades gaúchas com o ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, Carlos Marun, também solicitou que um pedido de prorrogação do prazo de adesão ao programa de regularização, para além de 28 de fevereiro, seja levado ao presidente Michel Temer. Ele acredita que até o final do mês que vem, como está na previsão atual, os produtores não terão como analisar se fazem, ou não, a adesão ao parcelamento, já que existem diversas pendências sobre este tema, inclusive com vetos a itens da lei ainda podendo ser derrubados no Congresso Nacional.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

INTERESSE LEITE Preço tende a subir no varejo

Cotação de fevereiro será influenciada pela redução da oferta e aumento da demanda

E m sua primeira reunião de 2018, o Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado do Rio Grande do Sul (Conseleite/ RS), divulgou ontem o preço referência do produto, de R$ 0,90 para o mês de janeiro. O valor é 1,6% inferior ao consolidado de dezembro, de R$ 0,92, mas é maior do que o preço referência do mês passado, que havia ficado em R$ 0,83. Em dezembro, o Conseleite atualizou os parâmetros de pesquisa, revisando custos de produção e tecnologias da base de cálculos de 2005 para 2016, além de colocar os valores em alinhamento com os praticados em Santa Catarina e Paraná. Segundo Alexandre Guerra, vice-presidente do conselho e presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat), a redução dos índices de produção, proporcionada pelos meses de calor e pelas fé- rias escolares, aponta para a recuperação da estabilidade dos preços e para uma melhora gradual a partir da segunda quinzena de fevereiro. "Com menos oferta, a partir da metade do mês que vem, com Carnaval antecipado e o retorno das atividades escolares, o varejo deve aumentar o preço do leite ao consumidor, entre 10% e 15%", prevê. Para o repasse chegar ao produtor, no entanto, vai demorar mais tempo porque, segundo o dirigente, "a indústria precisa sair do vermelho para conseguir pagar mais". Relatório apresentado na reunião pela Universidade de Passo Fundo (UPF) demonstrou que 2017 foi o pior dos últimos 12 anos para o setor lácteo gaúcho, com queda de 7,64% no preço referência recebido produtor.

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Vacina Agora com Nova Dose

A discussão sobre a retirada da vacina contra febre aftosa avança a passos largos no país e no estado, que já sinalizou interesse em alterar seus status sanitário, hoje livre da doença com a imunização.Mas enquanto a ação não se concretiza, a aplicação precisa estar na medida para atender ás demandas do mercado.
Ontem, o Ministro da Agricultura publicou instrução normativa que estabelece nova dose, de 2 ml atualmente e de 5 ml. A alteração era um pedido antigo, mas ganhou força no ano passado, quando os Estados Unidos suspenderam as importações carne bovina brasileira in natura após terem detectado abscessos que teriam sido provocados pela imunização.
É uma medida importante, porque é muito elevado o percentual de animais que apresentam reação á vacina, em torno de 10% a 20%. Acho que a vacina contra aftosa vai continuar por um tempo, aforma presidente da Farsul.
A partir de agora, a produção da vacina deve seguir esse novo padrão. Mas enquanto durarem os estoques, continuarão a ser aplicados as fórmulas existentes, de 5 ml.
Segundo o superintendente do Ministério da Agricultura no Estado, Bernardo Todeschini, possivelmente neste ano a cobertura será feita com a dose antiga. As vacinas de 2ml estão sendo testados pelo laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro) do Estado portanto, ainda não estão no mercado.
É preciso gerar a mesma imunidade com dose menor pondera Todeschini, o desejo para o futuro e como determina planejamento traçado pelo ministério deverá ser um Brasil livre da doença sem a vacina. Mas até lá, melhor calibrar a imunização, para evitar qualquer tipo de argumento sanitário por parte das  nossas compradores
  

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

O que esperar na comercialização da nova safra gaúcha de arroz

Em poucas semanas, vão iniciar a colheita de uma lavoura marcada por dificuldades. Além da condição de descapitalização do setor produtivo, que inevitavelmente reflete na redução do aporte tecnológico na cultura, o clima impediu que aproximadamente 250 mil hectares tivessem sido semeados dentro do período considerado ideal para a obtenção dos melhores rendimentos.
Diante disso, a expectativa é de que sejam colhidas aproximadamente 8,3 milhões de toneladas de arroz no Rio Grande do Sul, o que representa 450 mil toneladas a menos do que havia sido colhido na última safra. De acordo com a Conab, a produção brasileira de arroz deve ter uma redução de 617 mil toneladas em relação ao ano passado.
Teremos, porém, apesar da menor produção, uma maior disponibilidade de arroz no mercado neste próximo ano comercial. Isso porque a posição inicial do estoque é, em um milhão de toneladas, maior do que há doze meses. Teoricamente, este incremento da disponibilidade de produto deve exercer pressão baixista sobre os preços no próximo ano comercial, principalmente nos primeiros meses, quando a oferta por parte dos produtores é maior para a liquidação das dívidas feitas para a condução da lavoura.
Entretanto, devemos considerar que o mercado já inicia o ano comercial operando com preços em patamar bastante reduzido, estabelecendo um cenário já menos vantajoso ao arroz produzido pelos nossos parceiros do Mercosul e reativando a exportação como uma  importante via de escoamento. Opera-se hoje com uma referência de preço (indicador Cepea) de 12% abaixo do valor médio registrado na entrada da última safra. Em dólares, a desvalorização é ainda maior, chegando a 15%. Em função disso, paraguaios devem seguir os passos de uruguaios e argentinos na busca de terceiros mercados. Ao mesmo tempo, o arroz brasileiro volta a ser uma alternativa viável no abastecimento de terceiros mercado.
Mais do que nunca, atribuo à exportação a missão de garantir a sustentação das cotações ao longo deste próximo ano comercial. Devemos aproveitar a melhor condição competitiva para escoar para o mercado externo o maior volume possível, buscando assim equilibrar a sistemática perda de participação do arroz gaúcho no abastecimento do mercado doméstico. Para tanto, é fundamental buscarmos soluções para as limitadas condições logísticas e avançarmos nas negociações de abertura comercial. Em especial, com México, Nigéria e China.
Componente fundamental na condição competitiva do arroz brasileiro no mercado internacional, o fator cambial terá ainda maior influência do cenário político no próximo ano, em razão da eleição presidencial, acrescentando fortes emoções à conjuntura.
Em meio das incertezas em relação à formação dos preços, temos de concreto a noção de que a cadeia produtiva do arroz no Rio Grande do Sul precisa passar por um processo de reformulação nos seus aspectos estruturais. O elevado custo de produção expõe a cadeia orizícola gaúcha à eminência de um colapso. Motivo frequente de análise e discussão, a preocupante situação da cadeia produtiva de arroz do Rio Grande do Sul é de absoluto conhecimento de todos. O diagnóstico é bastante claro. O arroz gaúcho não tem condição competitiva no abastecimento do mercado brasileiro e internacional com um preço que cubra o custo de produção. Tendo isso claro, precisamos imediatamente partir para a adoção de medidas práticas que tragam aos setores produtivo e industrial gaúcho melhores condições competitivas.
Em caráter prioritário, precisamos reduzir custos de produção, industrialização e comercialização. Tendo qualidade e eficiência como características reconhecidas da produção e industrialização do arroz no Rio Grande do Sul, pouco ainda pode ser feito pelo produtor ou beneficiador para reduzir o custo unitário de produção. Inegavelmente, está na mão dos governos Federal e Estadual a sobrevivência deste importante setor da economia. Reduzir as “mordidas”, que se disseminam ao longo de todo processo produtivo e comercial é vital. Favorecer a liberdade comercial de insumos intrabloco, incentivar o investimento privado em infraestrutura logística e uniformizar as alíquotas de ICMS na comercialização de produtos da cesta básica em todo o território nacional são também importantes.
Considerando a situação financeira do Estado, é difícil acreditar no aliviamento da carga tributária no curto prazo. É preciso ter coragem para cortar arrecadações, mas, acima de tudo, é preciso ter confiança. Confiança no vigor e na capacidade de recuperação da cadeia produtiva do arroz do Rio Grande do Sul.

Exportações do agronegócio gaúcho registraram alta em 2017

Após um início ruim, as exportações do agronegócio gaúcho fecharam 2017 com um aumento de 4,43% no valor comercializado na comparação com 2016. A recuperação foi tão expressiva, que pela primeira vez o mês de dezembro cruzou a barreira de 1 bilhão de dólares desde o início da série histórica, atingindo US$ 1,002 bilhão. Os dados estão no Relatório de Comércio Exterior do Agronegócio do Rio Grande do Sul, divulgado pela Assessoria Econômica do Sistema Farsul, nesta quinta-feira (18).
O primeiro semestre do ano foi marcado por preços internacionais baixos. A situação foi agravada pela variação cambial que também era desfavorável. Esse quadro acabou por gerar uma retração nas exportações com junho registrando -0,67%.  “A gente considerava que se fechasse no zero seria bom pois o resultado estava muito ruim”, comenta o economista-chefe do Sistema Farsul, Antônio da Luz.
O cenário foi completamente alterado na segunda metade do ano. Com o crescimento da taxa de câmbio e o aumento dos preços internacionais as vendas deram um salto. “No segundo semestre os preços internacionais tiveram uma melhora substancial. Isso fez com que o mercado começasse a vender bem mais do que vinha vendendo. Tudo aquilo que foi represado no primeiro semestre foi comercializado no segundo, sobretudo a soja”, destaca Luz. A oleaginosa em grãos teve uma alta de 22,81%.
O resultado só não foi melhor em decorrência dos desempenhos da carne bovina (-4,55%) e do arroz (-6,36%).  “A queda na carne bovina se deu por conta da Operação Carne Fraca e as questões da JBS. Já o arroz teve preço da tonelada operando em preços muito baixos ao longo do ano, nos tirando competitividade”, compara o economista.
Outra questão levantada por Luz está na receita do produtor. “Como a taxa de câmbio está mais baixa do que em 2016, a receita em reais caiu 2,38%, fazendo com que ela acabe neutralizada. O que nós lamentamos, uma vez que os produtores fazem seus negócios em reais, não em dólares”, explica.

No volume também houve um crescimento nas exportações, com 10,03% e ultrapassando 20 milhões de toneladas. A China se manteve como principal comprador do agronegócio gaúcho em dezembro, sendo destino de 44,2% das vendas. Bem atrás aparece os Estados Unidos com 3,9% em segundo lugar, seguido pela Rússia, com 3,2%.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Senar oferece curso gratuito de técnico em agronegócio

Estão abertas 3.020 vagas de curso a distância de técnico de nível médio em agronegócio, com duração de dois anos. Para inscrever-se é preciso ter concluído o Ensino Médio e ser preferencialmente agricultor familiar ou de propriedades de médio porte, agente de assistência técnica e extensão rural cadastrado no Programa Rural Sustentável do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ou ser vinculado a empresas do setor ou a órgãos oficiais credenciados no Programa de Assistência Técnica e Gerencial do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

O curso é gratuito com carga horária de 1.230 horas e terá bases de apoio presencial em todas as regiões do país em 92 endereços do Senar. As atividades são semi presenciais, sendo os conteúdos a distância disponibilizados pela internet, material impresso e vídeo aulas, além dos executados em encontros presenciais (20% do conteúdo) nos locais de apoio. As inscrições, abertas no dia 16, vão até o dia 9 de fevereiro e devem ser feitas na página do Senar (www.senar.org.br). 

Mais respeito ao produtor rural

O agronegócio é a grande fonte de prosperidade do Brasil. Os números falam por si só: entre janeiro e setembro do ano passado, foi responsável pela geração de R$ 70 bilhões de riqueza. Enquanto a indústria e os serviços se retraíram, a agropecuária cresceu 14,5%. Um padrão de crescimento chinês. No mesmo período, as exportações do setor atingiram US$ 74 bi, ajudando nossa balança comercial a fechar no azul. Apesar de tudo isso, o agro é alvo de difamação. Tentam, por exemplo, pintar o produtor como latifundiário e afirmam a existência de monopólios e grandes concentrações fundiárias. Ora, existem no Brasil mais de 5 milhões de estabelecimentos agrícolas, e mesmo os maiores agricultores não têm poder de controlar os preços do mercado. O setor é altamente competitivo e equilibrado. Também repetem o clichê da "exploração da mão de obra". Nada mais mentiroso: um quinto da nossa força de trabalho está relacionada ao agronegócio. São indústrias de equipamento e maquinário, produtoras de insumos, empresas de logística, consultoria, geoprocessamento, entre muitas outras. Mesmo quem não participa dessa cadeia é beneficiado pela eficiência do campo: o preço da cesta básica caiu 50% em valores reais entre 1975 e 2011. A principal crítica é a de que o agronegócio destruiria o meio ambiente - quando, na verdade, o produtor é quem mais cuida da natureza. De acordo com a Embrapa, 38% das áreas de vegetação nativa preservada estão em propriedades privadas - o que equivale a mais da metade das terras destinadas à agropecuária. Segundo o Banco Mundial, 66% do nosso território é preservado, ficando bem à frente da União Europeia (25%), China (17%) e Estados Unidos (14%). Com tecnologia de ponta, aumentamos a eficiência muito acima da área cultivada. A vocação do Brasil é alimentar o mundo. Em uma geração, poderemos fornecer alimentos para um quarto da população global, usando menos de 1,7% da superfície da Terra. O primeiro passo para chegarmos lá é refutar as mentiras, estabelecer a verdade e incentivar quem tem feito o nosso país avançar.

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Faculdade CNA inicia processo seletivo para o curso superior de Tecnologia em Gestão do Agro

A Faculdade CNA está com inscrições abertas para o processo seletivo do curso superior de Tecnologia em Gestão do Agronegócio, em Brasília. Os candidatos com notas a partir de 550 pontos no Enem terão direito à bolsa integral durante todo o curso dentro do limite de vagas disponíveis. Podem ser usadas as notas do Exame Nacional dos últimos 3 anos.
Criada em 2013, a Faculdade CNA é a primeira instituição de ensino superior voltada exclusivamente para o agronegócio com o objetivo de formar profissionais de nível superior à altura da inovação e tecnologia da agropecuária brasileira, setor que gera 37% dos empregos diretos no Brasil.
Segundo ranking divulgado pelo Ministério da Educação a Faculdade CNA recebeu conceito 4, numa escala de 1 a 5, e está entre as melhores instituições de ensino do Brasil. 

Inscrições - O prazo para inscrição vai até o dia 10 de fevereiro pelo site www.faculdadecna.com.br. Outras informações podem ser obtidas na Secretaria Acadêmica pelo telefone (61) 3878-9500 ou pelo e-mail vestibular@faculdadecna.com.br
O candidato que não participou do Enem ou não alcançou a pontuação mínima pode optar pelo processo seletivo pré-agendado.  A avaliação será feita por meio de uma Redação.

ARROZ Federação reclama de "abusos"


Entidade aponta cobrança de juros excessivos e aplicação de descontos inadequados; indústria nega

A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) encaminhará ao Ministério Público Estadual, nos próximos dias, informações sobre possíveis práticas abusivas que estariam afetando produtores de arroz e impactando na sua rentabilidade. A entidade, que reuniu seus diretores na semana passada para tratar do assunto, diz que adotará "a integralidade das medidas cabíveis" para inibir a cobrança de "juros abusivos" no momento em que o orizicultor fecha contratos com o setor industrial para conseguir viabilizar a safra. Também denunciou que a produção, ao chegar nos engenhos, sofre descontos sob alegações de "impurezas e defeitos" que "excedem os limites da legalidade". O diretor jurídico da Federarroz, Anderson Belloli, diz que reclamações deste tipo, partindo de arrozeiros de todas as regiões do Estado, se intensificaram nos últimos dois anos. "A Federarroz tem tentado chegar a um acordo com a indústria, principalmente sobre os descontos, para minimizar o impacto sobre os produtores, mas não houve avanços", afirma. Belloli ressalta que existem precedentes reduzindo os encargos cobrados pelas indústrias e que os produtores podem recorrer individualmente a medidas judiciais com essa finalidade. Para o presidente do Sindicato da Indústria do Arroz no Estado (Sindarroz/RS), Elio Coradini Filho, o fato de as empresas estarem financiando a safra do arroz é consequência do problema dos produtores que não conseguem acessar custeio oficial nos bancos. "Se o produtor não quiser financiar com a empresa arrozeira ou com as de insumos, que ele não o faça. Só que ele faz porque precisa", observa. Sobre a acusação dos juros abusivos, Coradini diz que "não é uma verdade" e que não existe "combinação" entre as empresas para determinar o percentual que será cobrado do produtor. Argumenta ainda que, muitas vezes, o resultado das operações entre o arrozeiro e a indústria "sai mais barato do que o custo final que ele teria com um banco". A respeito dos descontos praticados no momento em que a produção de arroz chega ao engenho, Coradini diz que é o mercado que regula a padronização. "Mas estamos dispostos a tentar encontrar uma fórmula justa nesta relação entre indústria e produtor.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Safra gaúcha de arroz em 2017/2018 é afetada por atrasos e incertezas

Com o plantio praticamente encerrado, produtores gaúchos de arroz não deverão ter muito o que comemorar na safra 2017/2018 e ainda tem muitas incertezas sobre a quantidade que será colhida. Parte da resposta depende excessivamente da luminosidade dos dias de março abril para compensar o atraso na semeadura. Juntamente com o milho, a orizicultura é um dos fatores que deverá levar o Rio Grande do Sul a encolher o atual ciclo produtivo acima da média de brasileira. Em balanço divulgado ontem, o quarto levantamento feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) sobre a safra 2017/2018 aponta a queda total de produção gaúcha em 7,1%, ante 4,1 % nacional. E o arroz é um dos fortes integrantes do encolhimento por aqui.

Enquanto a quarta estimativa divulgada para o ciclo pela Conab mostrou uma redução menor para o milho (de 12% no estudo anterior para 9,5% no atual), o arroz confirmou retração de 2,1%. E agora sem chance de mudança, já que o período da semeadura se encerrou em dezembro, inclusive com prazo ampliado dentro do zoneamento agrícola, explica o diretor técnico do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Maurício Fischer. O executivo explica que, neste ano, o atraso no plantio foi muito acima da média.

Por excesso de chuva, até outubro apenas 30% da área prevista havia sido semeada no Estado, enquanto o normal para o período seria entre 50% e 60%. Isso levará o início da colheita para o final de fevereiro ou até mesmo para o início de março. Um atraso de cerca de 20 dias , diz Fischer.

O maior problema do atraso, explica o diretor técnico do Irga, é que o estágio reprodutivo do arroz, que se beneficia de dias mais longos de luminosidade, foi empurrado para muito além de janeiro, quando o sol ainda se põe mais tarde. De acordo com a Conab, a produtividade terá queda prevista de 3,6%. O problema é que apenas a cada cinco anos se pode dizer, em média, que março e abril são meses bons para o estágio reprodutivo do arroz. Ou seja, não é comum, e o produtor deverá contar ainda mais com São Pedro para não ter perdas maiores , alerta Fischer.

O ciclo atual também deve marcar a continuidade dos atuais baixos preços do grão, mesmo no período da entressafra, lamenta Fischer. Hoje, preço médio da saca está em cerca de R$ 35,00 ante próximo de R$ 50,00 no ano passado, calcula o diretor do Irga. E os custos aumentaram. Como teve falta de chuva depois de outubro, os produtores precisaram banhar mais a lavoura, gastando mais em energia , analisa o diretor técnico do Irga.

Diretor jurídico da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federraroz), Anderson Belloli afirma que a safra atual carrega incógnitas muito maiores agora do que em outros anos, especialmente sobre os custos. Isso porque, além do clima, a crise econômica e financeira enfrentada pelo setor levou o produtor a não aplicar toda a tecnologia de plantio que utilizaria normalmente. Temos muito mais dúvidas sobre os resultados desse ciclo do que têm a Conab e o Irga. Essa redução de poder de investimento se reflete sobre o que será usado na lavoura e, consequentemente, na produtividade e nos custos médios , explica Belloli.

Conab estima queda de 4,1% no volume de grãos produzidos no Brasil

Para a produção brasileira, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou nesta quinta-feira que o volume de grãos da safra 2017/2018 deverá ser 4,1% menor do que o da última safra. Segundo a Conab, a produção deve ficar em 227,9 milhões de toneladas. Apesar do recuo, calcula-se que a área de plantio seja 1% mais vasta, abrangendo 61 milhões de hectares. Recorde no País, a produção total da safra passada foi de 237,7 milhões de toneladas.

De acordo com a atualização da Conab, a previsão é que o cultivo do milho sofra um declínio expressivo, de 5,6%, passando de 97,8 milhões de toneladas para 92,3 milhões de toneladas. No entanto, o farto estoque do produto deverá trazer ao consumidor estabilidade no preço. Isso (a queda na produção de milho) se deu em função do crescimento da área plantada com soja, por causa de uma expectativa de preço melhor no mercado internacional, e uma boa parte - 1 milhão de hectares- migrou do milho para a soja na primeira safra , esclareceu o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller.

No topo das culturas favoritas dos agricultores brasileiros, ao lado do milho, a soja tende, conforme o estudo, a alcançar uma marca 3,2% inferior à mais recente, caindo de 114,1 milhões de toneladas para 110,4 milhões de toneladas. Segundo o secretário, a preferência pela oleaginosa pode ser justificada pelo fato de seu ciclo de plantação ser mais curto, embora sua janela de lavoura seja mais restrita.

O estudo, também demonstrou que o abastecimento do algodão será o mais abundante, de 1,7 milhão de toneladas, tendo um aumento de 11,4% e ampliação de 11,9% da área de plantio. Os especialistas responsáveis pelo levantamento ressaltaram que o resultado deve-se à escolha de notáveis cultivadores do algodão, como Bahia e Mato Grosso, de destinar à sua semeadura as áreas mais férteis. O algodão deve ocupar 1 milhão de hectares, contra 35 milhões reservados à soja.

Já para o arroz, a companhia espera que a próxima safra resulte em 11,6 milhões de toneladas, ante os 12,3 milhões de toneladas da safra 2016/2017, retração de 5,7%. A diminuição de 2% na produção gaúcha do produto puxou o índice para baixo. O Rio Grande do Sul, destacou a Conab, responde por 70% da quantidade de arroz cultivada no Brasil.

A previsão incluiu também números para o feijão: a primeira safra deverá ser de 12,7 milhões de toneladas, 9,2% menor em comparação à safra anterior, de 1,4 milhões de toneladas.

O superintendente de Informações do Agronegócio da Conab, Aroldo de Oliveira Neto, observou que não há como prognosticar a intensidade dos efeitos do fenômeno La Niña, que geralmente afeta o Sul do País, estendendo-se do Rio Grande do Sul a Mato Grosso do Sul. Aroldo de Oliveira ressaltou, porém, que, de 18 a 24 de janeiro, as chuvas devem ser menos frequentes na região. 

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Negociação do Funrural pela lei

A sanção da lei para negociação de dívidas do Funrural, publicada ontem mo Diário oficial da união, está longe de colocar pont final na novela envolvendo a contribuição previdenciária do agronegócio.
Parlamentares prometem tentar derrubar alguns dos 24 vetos do presidente Michel Temer.
Nos dedicamos para que o estrago ao setor  fosse o menor possível.O que não conseguimos garantir agora,  tentaremos recuperar na análise dos vetos pelo Congresso Nacional.
Há ainda a permanente expectativa pela modulação dos efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal, que em março do ano passado considerou constitucional a cobrança do Funrural, revertendo decisão anterior. Em Tese , o órgão poderá decidir que o pagamento não seja retroativo embasados na avaliação de 2010, muitos produtores deixaram de contribuir de lá pra cá, criando passivo bilionário.
Para o advogado Ricardo Alfonsin, especialista em dívidas agrícolas, a versão da lei que teve aval de Temmer ficou muito semelhante á medida provisória 793, com poucas alterações .
Um dos pontos barrados é o desconto de 100% para multas e encargos legais de produtores pessoa física e jurídica.
Como a lei ainda precisa ser regulamentada, o prazo dado para a adesão ao programa de regularização tributária é considerado apertado e poderá ter de ser ampliado.Ele também aposta que a bancada ruralista tentará derrubar o veto ao desconto de multa e encargos.
Entre as surpresas positivas, Eduardo Condorelli, assessor da Farsul, aponta a manutenção do trecho que permite ao produtor escolher se quer contribuir sobre a folha ou sobre a comercialização.
Isso é muito importante, porque as atividades rurais são muitos variadas, Condorelli afirma que acrescentando a lei sancionada será avaliada em detalhes pela Farsul.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

ARROZ Análise prevê reação dos preços neste ano


Depois de um 2017 difícil para o segmento, surgem algumas projeções indicando que em 2018 poderá haver reação dos preços pagos ao produtor de arroz. Uma análise elaborada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) apontou que a recuperação da economia e a competitividade do cereal na cesta básica podem alavancar o consumo, reduzindo estoques e elevando a cotação. Na semana passada, segundo a Emater, a saca de arroz era vendida, em média, a R$ 36,65, valor muito inferior aos R$ 50,59 praticados há um ano. O presidente da Federarroz, Henrique Dornelles, concorda com a projeção do Cepea, desde que as exportações, em crescimento desde novembro, se mantenham ou ampliem o ritmo atual. Mas adverte que, mesmo assim, as perspectivas não chegam a ser animadoras. Para Dornelles, é "preocupante" o fato de os preços ainda não terem reagido, em plena entressafra, enquanto o custo de produção só cresce. "O produtor tem quase a certeza de prejuízo", 

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

FARSUL Konrad é o vice-presidente


A uma semana do fim de recesso da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), uma reunião extraordinária da diretoria ocorreu ontem para planejamento de ações em 2018, o representante de Pelotas Sr. Fernando Müller, esteve presente. O encontro foi comandado por Gedeão Pereira, que assumiu a presidência depois da morte de Carlos Sperotto, ocorrida em 23 de dezembro do ano passado. O presidente da Comissão de Crédito e Seguro Rural da Farsul, Elmar Konrad, foi escolhido como o novo primeiro vice-presidente da federação, cargo ocupado por Pereira até o ano passado.

Entre os assuntos tratados, um preocupa aentidade: ofim da contribuição sindical obrigatória, regra que surgiu apartir da reforma trabalhista, em novembro de 2017. "Os sindicatos têm que ser atuantes no sentido de convencimento dos produtores sobre aimportância do sistema sindical", recomenda Pereira, ao admitir que aFarsul já trabalha com aprevisão de uma "redução substancial" na arrecadação das contribuições.

Na reunião, decidiu-se ainda que afederação irá buscar junto aos sindicatos demandas para a criação de novas comissões temáticas, bem como fomentar a participação nas já existentes.

Além disso, a Farsul buscará alavancar ações do Senar no Rio Grande do Sul.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Agricultor está sujeito a multas e pode perder suas plantações

O chefe da Divisão Técnico Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Dutra Silva, afirma que é difícil formar uma estatística da quantidade apreendida de defensivos agrícolas no Brasil, uma vez que a fiscalização é feita por um grande número de instituições, como o pró- prio Ibama, a Polícia Federal, a Brigada Militar, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e Secretarias de Agricultura, entre outras. Destaca, entretanto, que o problema não está apenas no produto ilegal que entra no país, mas na possível aplicação destas substâncias pelo agricultor. "As punições para quem é flagrado com estoques de produtos irregulares variam de R$ 500 a R$ 2 milhões. Para quem aplica, além da multa pecuniária, pode acarretar a perda total da lavoura", adverte.
No ano passado, em Bagé e Uruguaiana, lavouras com um total de 180 hectares foram embargadas e decretadas como totalmente perdidas por terem sido pulverizadas com químicos não reconhecidos pela legislação.
O analista ambiental diz que, desde o ano passado, as operações voltadas para o contrabando de agrotóxicos têm aumentado, o que não quer dizer que mais produtos ilegais tenham entrado no país. Segundo Silva, o maior número de apreensões, autuações e multas varia de acordo com a disponibilidade de recursos das instituições para a organização de operações individuais ou conjuntas. "Neste ano e no ano passado, os órgãos de controle conseguiram dar mais atenção ao assunto, mas nem sempre é assim", pondera.
A Operação conjunta feita em outubro pelo Ibama, Secretaria de AgriculturaPecuária e Irrigação (Seapi) e Anac, nas região de Itaqui, São Borja e Uruguaiana, foi a maior de 2017 no Rio Grande do Sul. Cinco aeronaves e 16 toneladas de sementes de arroz contaminadas com pesticidas ilegais foram apreendidas. As multas ultrapassaram R$ 1,5 milhão. O balanço das operações do Ibama indica que o volume de multas mais que triplicou de 2015, quando somou R$ 1,77 milhão, para 2017, quando chegou a R$ 6 milhões. Nos últimos três anos, foram aplicados 181 autos de infração, aprendidas 8,2 toneladas e 2,5 mil litros de defensivos nas áreas de fronteiras entre o Rio Grande do Sul e o Uruguai.
Rafael Friedrich de Lima, chefe da Divisão de Insumos e Serviços Agropecuários da Seapi, acredita que vai ser possível mapear o consumo de agrotóxicos no Estado quando estiver abastecido o Sistema Integrado de Gestão de Agrotóxicos (Siga), lançado em junho deste ano. A ferramenta irá cruzar informações do comércio e do receituário agronômico para estabelecer estatísticas. "As operações de fiscalização são desenvolvidas de forma permanente pela divisão. Há dois anos conseguimos, por meio da Comissão de Fiscalização do Fórum Gaúcho de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, aproximar os órgãos de controle e melhorar as ações", diz.
Lima aponta as regiões de fronteira, com destaque para Jaguarão, São Borja e Uruguaiana, como as principais portas de entrada de defensivos fraudulentos em solo gaúcho. "Pretendemos em 2018 manter esta aproximação com os demais órgãos fiscalizadores, pois isto otimiza os gastos públicos e aumenta a abrangência das ações", acentua. A secretaria, lembra Lima, faz um trabalho sistemático de conscientização dos agricultores para que utilizem em suas propriedades apenas marcas de agrotóxicos registrados, desconfiem de preços muito atrativos e de ofertas na Internet e observem rótulos com informações bem escritas e sem erros de português.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Campo abriu mais vagas no final do ano


O agronegócio gaúcho registrou saldo positivo na geração de empregos durante o mês de novembro, segundo análise divulgada ontem pela Fundação de Economia e Estatística (FEE). As 14.570 admissões superaram os 10.418 desligamentos. Embora o levantamento tenha sido executado em meio ao período de transição para a reforma trabalhista - em vigor desde 11 de novembro -, a instituição de pesquisa entende que ainda não é possível observar o impacto das novas regras nos movimentos de demissões e contratações. Segundo o coordenador do Nú- cleo de Estudos do Agronegócio da FEE, Rodrigo Feix, o desempenho do setor costuma ser de alta no último trimestre do ano, quando a safra de verão está sendo implantada. "Temos alguns setores mais voltados ao mercado internacional, principalmente a produção de grãos, que não foram tão afetados pela crise dos últimos anos", observa. A tendência é de que se mantenha a alta verificada até o momento no acumulado do ano, que tem saldo positivo de 8.075 postos de trabalho. O resultado final de 2017 deve ser divulgado dentro de duas semanas. Apesar do destaque da área de máquinas (que vinha de uma sequência negativa nos últimos anos) e de carnes (mesmo com o impacto da Operação Carne Fraca), a atividade que mais contribuiu com o saldo foi a fruticultura, especialmente a colheita da maçã em Vacaria e região, com 1.341 vagas. No segmento "antes da porteira", formado por insumos, máquinas e implementos, o maior saldo veio da produção de sementes, com 1.749 empregos, concentrados em Cruz Alta, no Noroeste. O destaque negativo foi o setor de adubos e fertilizantes, com menos 266 postos.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

A influência da exportação


A exportação de gado vivo tende a seguir crescendo em 2018 e, com isso, mexendo com a disponibilidade do boi para abate e, consequentemente, com o preço deste no mercado interno, segundo análise do consultor Fernando Velloso, da Assessoria Agropecuária FF Velloso e Dimas Rocha. Ao explicar a projeção, Velloso observa que estimativa feita pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) apontou um aumento de 9,8% do volume total exportado e de 10,5% no faturamento em 2018. A projeção otimista está ligada à perspectiva de que, no início de 2018, sejam retomados os negócios com a Rússia e da carne bovina in natura com os Estados Unidos. O Ministério da Agricultura, até ontem, não havia se manifestado sobre isso.

PLANO SAFRA SOJA EMBALA RECORDE NO PORTO

A movimentação no porto de Rio Grande em 2017 deve alcançar patamares recordes. Estatísticas oficiais estão sendo finalizadas, mas, até agora, os números permitem afirmar que o desempenho foi histórico. Deve ficar em torno de 40 milhões de toneladas. Boa parte desse resultado foi puxada pelos embarques do complexo soja. Segundo o diretor de infraestrutura da superintendência do porto, Paulo Somensi, 40% do volume total veio do segmento.

A projeção é de que o ano feche com cerca de 13 milhões de toneladas de soja em grão exportadas, totalizando 16 milhões de toneladas do complexo soja. Além da supersafra colhida - de 18,7 milhões de toneladas -, também contribuiu para esse aumento de volume o grande estoque que havia ficado de 2016.

- Janeiro e fevereiro, com certeza, foram atípicos, com movimentação fora da curva. O produtor estava com a soja estocada, mas acabou tendo de esvaziar os silos para a entrada da nova safra - explica Somensi.

Situação que deve se repetir em 2018. A Associação das Empresas Cerealistas do Rio Grande do Sul (Acergs) estima que o estoque de passagem fique entre 2,5 milhões e 3 milhões de toneladas.

- Tem muita coisa armazenada ainda. A comercialização chegou a cerca de 70%, e todo mundo tinha soja "em casa", porque o volume produzido foi muito grande - confirma Vicente Barbiero, presidente da Acergs.

Com a colheita de milho avançando a partir de agora, será necessário abrir espaço nos armazéns. A preocupação das cerealistas só não é maior porque a produção deverá encolher 15,5% segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

De qualquer forma, cenas registradas no ciclo passado, quando a soja teve de ser guardada a céu aberto, em piscinões, poderão se repetir. Investimentos represados pela espera da liberação do crédito prometido no Plano Safra complicam a equação.