terça-feira, 30 de janeiro de 2018

ARROZ Produtor reduz oferta e espera preço melhor

No lançamento da Aberturada Colheita, Federarroz citou crise e alguma expectativa dever cotação reagir
A s cerca de 8,2 milhões de toneladas de arroz que os agricultores gaúchos vão colher neste ano, ao final do ciclo 2017/2018, poderão ter um preço melhor do que o obtido pelo grão na safra 2016/2017. É o que espera o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz), Henrique Dornelles, que comandou ontem, na Estação Experimental do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), em Cachoeirinha, o lançamento da 28ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, que ocorrerá no mesmo local entre os dias 21 a 23 de fevereiro. Apesar da expectativa, Dornelles lamentou a crise da orizicultura, que qualificou como a pior dos últimos 20 anos, com preços rebaixados a níveis que não remuneram os custos de produção. A diminuição da área de cultivo do arroz no Rio Grande do Sul, de 1,1 milhão de hectares para cerca de 1 milhão de hectares, deve enxugar parte da oferta do produto (que na safra passada foi de 8,7 milhões de toneladas) e ajudar a diminuir o estoque nacional de passagem, de 1,5 milhão de toneladas no início para 1 milhão de toneladas no final do ciclo 2018/2019. "A redução da oferta, o auxí- lio do governo na liberação de mecanismos de comercialização (leilões PEP e Pepro) e o controle das importações nos fazem vislumbrar a perspectiva de preços melhores", avalia Dornelles. De acordo com o levantamento feito pelo Sistema Farsul, que apura o Índice de Inflação dos Preços Recebidos (IIPR), a cotação do arroz caiu 24% entre dezembro de 2016 e dezembro de 2017, saindo de R$ 49,35 para R$ 37,13. "Imagine um trabalhador ver cortado 24% do seu salário enquanto crescem todas as despesas que ele precisa pagar", comparou o presidente da Federarroz . "É esta a situação do orizicultor e se não houver melhora ele terá de migrar para outras culturas." A programação da Abertura Oficial da Colheita do Arroz deste ano estará atenta à presença do produtor e terá palestras técnicas voltadas ao melhoramento da cultura. A organização ainda não tem confirmadas presenças de autoridades, mas destaca que a intenção é privilegiar assuntos de interesse da categoria e não o discurso político. Participaram da cerimônia de lançamento do evento, além do presidente da Federarroz, o diretor-administrativo da Farsul, Francisco Schardong, o diretor-técnico do Irga, Maurício Fischer, e o vice-presidente da Fetag, Nestor Bonfanti.

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