Está
em debate na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 5002/2015, um substitutivo
ao PL 3699/02, que normatiza o uso de defensivos agrícolas no Brasil. Na
desonesta guerra de marketing em que se transformou a cobertura de certas
mídias, o projeto vem sendo chamado de “Lei do Agrotóxico” e até mesmo “Pacote
do Veneno”, com artistas da Globo gravando depoimentos com muita emoção e dados
falsos. Chega-se, com isso, ao terreno
pantanoso do debate ideológico, que obscurece com falácias ideológicas uma
discussão que deveria ser eminentemente técnica.
Chamar
defensivos agrícolas de agrotóxicos, já é uma escolha que denota um juízo de
valor. As pessoas não consomem defensivos. Eles são usados nas lavouras para
proteger de pragas, estas sim, danosas tanto à lavoura quanto ao consumo
humano. Não é porque tenham produtos
químicos que são, necessariamente nocivos. Os remédios produzidos pela indústria
farmacêuticas também contém produtos químicos, e ninguém os chama de
“farmacotóxicos” ou “medicotóxicos” por causa disso. Chamar defensivos
agrícolas de “venenos”, nada mais é que desonestidade científica e intelectual.
Na
guerra contra o projeto, afirmam que a intenção é autorizar mais agrotóxico nas
lavouras. Pelo contrário. Ao modernizar a legislação, a proposta permitirá
acesso a defensivos mais modernos e mais eficientes, que produzam melhor
resultado com menor quantidade. Ou seja, em vez de aumentar, a nova lei fará
com que diminua a quantidade de fitossanitários nos produtos agrícolas.
Levando-se em conta que, ao contrário do que é espalhado por certa militância
ambientalista, o Brasil é um dos países que produz maior quantidade de
alimentos com menor uso de defensivos. O Japão, por exemplo, utiliza oito vezes
mais agrotóxico que o Brasil, que está também atrás da França, Reino Unido,
Itália e Alemanha, entre outros.
Na
linguagem radical de certos grupos, o uso de agrotóxicos prejudica a população.
Todavia, sem o uso sistemático de defensivos agrícolas de amplo espectro, as
super safras dos últimos dez anos não seriam possíveis. Se hoje o Brasil é um
país que produz mais de uma tonelada de grãos por habitante – com segurança
alimentar plena – é por conta do combate efetivo às pragas das lavouras. Sem os
defensivos, o país ainda estaria no mapa da fome, como durante as décadas de 70
e 80.
O
que “intoxica” o país é o debate falseado por mistificações como a dos militantes
“ecotóxicos”. Contra eles, a Verdade é sempre o melhor defensivo.
Tarso
Francisco Pires Teixeira
Presidente
do Sindicato Rural de São Gabriel
Vice
Presidente da Farsul