sexta-feira, 22 de junho de 2018

Lei dos Defensivos e as farsas dos “ecotóxicos”


            Está em debate na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 5002/2015, um substitutivo ao PL 3699/02, que normatiza o uso de defensivos agrícolas no Brasil. Na desonesta guerra de marketing em que se transformou a cobertura de certas mídias, o projeto vem sendo chamado de “Lei do Agrotóxico” e até mesmo “Pacote do Veneno”, com artistas da Globo gravando depoimentos com muita emoção e dados falsos.  Chega-se, com isso, ao terreno pantanoso do debate ideológico, que obscurece com falácias ideológicas uma discussão que deveria ser eminentemente técnica.
            Chamar defensivos agrícolas de agrotóxicos, já é uma escolha que denota um juízo de valor. As pessoas não consomem defensivos. Eles são usados nas lavouras para proteger de pragas, estas sim, danosas tanto à lavoura quanto ao consumo humano.  Não é porque tenham produtos químicos que são, necessariamente nocivos. Os remédios produzidos pela indústria farmacêuticas também contém produtos químicos, e ninguém os chama de “farmacotóxicos” ou “medicotóxicos” por causa disso. Chamar defensivos agrícolas de “venenos”, nada mais é que desonestidade científica e intelectual.
            Na guerra contra o projeto, afirmam que a intenção é autorizar mais agrotóxico nas lavouras. Pelo contrário. Ao modernizar a legislação, a proposta permitirá acesso a defensivos mais modernos e mais eficientes, que produzam melhor resultado com menor quantidade. Ou seja, em vez de aumentar, a nova lei fará com que diminua a quantidade de fitossanitários nos produtos agrícolas. Levando-se em conta que, ao contrário do que é espalhado por certa militância ambientalista, o Brasil é um dos países que produz maior quantidade de alimentos com menor uso de defensivos. O Japão, por exemplo, utiliza oito vezes mais agrotóxico que o Brasil, que está também atrás da França, Reino Unido, Itália e Alemanha, entre outros.
            Na linguagem radical de certos grupos, o uso de agrotóxicos prejudica a população. Todavia, sem o uso sistemático de defensivos agrícolas de amplo espectro, as super safras dos últimos dez anos não seriam possíveis. Se hoje o Brasil é um país que produz mais de uma tonelada de grãos por habitante – com segurança alimentar plena – é por conta do combate efetivo às pragas das lavouras. Sem os defensivos, o país ainda estaria no mapa da fome, como durante as décadas de 70 e 80.
            O que “intoxica” o país é o debate falseado por mistificações como a dos militantes “ecotóxicos”. Contra eles, a Verdade é sempre o melhor defensivo.
            Tarso Francisco Pires Teixeira
            Presidente do Sindicato Rural de São Gabriel
            Vice Presidente da Farsul

Nenhum comentário:

Postar um comentário