Cotação do bushel na Bolsa de
Chicago avançou para 10,17 dólares em uma semana
A recuperação do preço da soja registrada nos
últimos dias, influenciada tanto pelo mercado internacional quanto pelo câmbio,
deve favorecer a aceleração dos negócios com a oleaginosa de agora em diante.
Após um período de desvalorização do grão, analistas do setor consideram que o
momento é bom para o produtor vender tanto estoques retidos da safra passada
por causa dos preços baixos quanto volumes que serão colhidos na safra atual.
Na Bolsa de Chicago, em uma semana a cotação evoluiu de 9,83 dólares para 10,17
dólares o bushel, para os contratos referentes a março. No Rio Grande do Sul, o
preço da saca chegou a R$ 64 nesta semana. A alta na cotação é influenciada
pela estimativa de redução na oferta da Argentina, onde algumas regiões sofrem
com a escassez de chuvas. O economista-chefe do Sistema Farsul,
Antônio da Luz, chama a atenção ainda para o fato de que a expectativa de
aumento dos juros nos Estados Unidos repercutiu no câmbio. A moeda
norte-americana, que chegou a estar cotada a R$ 3,15 em janeiro, saltou para R$
3,30. "Esses dois fatores juntos fizeram com que o preço da soja em
reais tivesse uma alta bastante significativa", avalia o economista.
Conforme da Luz, o momento é bom para fechar negócios. Porém, é possível que as
perdas na Argentina sejam ainda mais severas do que se sabe até agora. O mesmo
pode ocorrer com a lavoura brasileira. O alerta é para que o produtor não perca
a oportunidade para fechar negócios a um preço bom. "O ótimo é inimigo do
bom. Tem muita especulação e momentos que estão bons têm que ser
aproveitados", defende o economista. Segundo da Luz, a tendência é que as
exportações do grão cresçam em fevereiro e março em relação a 2017, embaladas
pela cotação. A variação nos preços, daqui para frente, vai depender da
consolidação da safra,
fator diretamente atrelado ao clima. "Mas não se sabe até que ponto se
pode confiar nesta tendência", afirma o professor Nilson Luiz Costa, do
Programa de Pós-Graduação em Agronegócios da UFSM de Palmeira das Missões.
"Este é um momento propício para avaliar a possibilidade de vender uma
parte da safra velha,
com lucros, a depender do custo de cada produtor, e garantir a rentabilidade de
parte da safra nova",
acrescenta. Além da questão do clima, o especialista destaca que o ano de 2018
conta com diversas variáveis no aspecto geopolítico, como, por exemplo, uma
possível "guerra comercial" entre Estados Unidos e China, que poderia
resultar em aumento da demanda da soja brasileira. Outro
fator importante éaeleição presidencial, que pode impactar no câmbio.