quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

SOJA Recuperação do preço deve acelerar negócios

Cotação do bushel na Bolsa de Chicago avançou para 10,17 dólares em uma semana

A recuperação do preço da soja registrada nos últimos dias, influenciada tanto pelo mercado internacional quanto pelo câmbio, deve favorecer a aceleração dos negócios com a oleaginosa de agora em diante. Após um período de desvalorização do grão, analistas do setor consideram que o momento é bom para o produtor vender tanto estoques retidos da safra passada por causa dos preços baixos quanto volumes que serão colhidos na safra atual. Na Bolsa de Chicago, em uma semana a cotação evoluiu de 9,83 dólares para 10,17 dólares o bushel, para os contratos referentes a março. No Rio Grande do Sul, o preço da saca chegou a R$ 64 nesta semana. A alta na cotação é influenciada pela estimativa de redução na oferta da Argentina, onde algumas regiões sofrem com a escassez de chuvas. O economista-chefe do Sistema Farsul, Antônio da Luz, chama a atenção ainda para o fato de que a expectativa de aumento dos juros nos Estados Unidos repercutiu no câmbio. A moeda norte-americana, que chegou a estar cotada a R$ 3,15 em janeiro, saltou para R$ 3,30. "Esses dois fatores juntos fizeram com que o preço da soja em reais tivesse uma alta bastante significativa", avalia o economista. Conforme da Luz, o momento é bom para fechar negócios. Porém, é possível que as perdas na Argentina sejam ainda mais severas do que se sabe até agora. O mesmo pode ocorrer com a lavoura brasileira. O alerta é para que o produtor não perca a oportunidade para fechar negócios a um preço bom. "O ótimo é inimigo do bom. Tem muita especulação e momentos que estão bons têm que ser aproveitados", defende o economista. Segundo da Luz, a tendência é que as exportações do grão cresçam em fevereiro e março em relação a 2017, embaladas pela cotação. A variação nos preços, daqui para frente, vai depender da consolidação da safra, fator diretamente atrelado ao clima. "Mas não se sabe até que ponto se pode confiar nesta tendência", afirma o professor Nilson Luiz Costa, do Programa de Pós-Graduação em Agronegócios da UFSM de Palmeira das Missões. "Este é um momento propício para avaliar a possibilidade de vender uma parte da safra velha, com lucros, a depender do custo de cada produtor, e garantir a rentabilidade de parte da safra nova", acrescenta. Além da questão do clima, o especialista destaca que o ano de 2018 conta com diversas variáveis no aspecto geopolítico, como, por exemplo, uma possível "guerra comercial" entre Estados Unidos e China, que poderia resultar em aumento da demanda da soja brasileira. Outro fator importante éaeleição presidencial, que pode impactar no câmbio.

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