sexta-feira, 22 de junho de 2018

Valor de royalties é tema de reunião com a Monsanto na Farsul

O valor cobrado pelos royalties da semente de soja foi o principal tema de reunião realizada na sede da Farsul envolvendo representantes de produtores rurais, cooperativas, cerealistas e a Monsanto. No encontro realizado ao longo da tarde de quarta-feira, dia 20, a empresa sinalizou com manutenção dos preços e aplicação de descontos na antecipação de pagamentos, proposta avaliada como distante do esperado pela Federação. A entidade defende uma revisão dos percentuais cobrados, que atualmente estão em 7%.
O vice-presidente da Farsul, Elmar Konrad, lembra que a Federação considera inegável o direito à propriedade intelectual e é favorável à cobrança dos royalties. Entretanto, considera os preços elevados. “Apoiamos a evolução da tecnologia e o princípio da propriedade privada intelectual no caso das sementes. Mas, sugerimos a negociação para redução de royalties, medida que acarretaria numa maior adesão de pagamento por parte dos produtores”, explica.
Outro ponto levantado por Konrad está na promessa de um acréscimo de 10% na produção com a tecnologia Intacta. Porém, o dirigente lembra que os Ensaios em Cultivares em Rede, realizados pela Fundação Pró-Sementes em parceria com o Sistema Farsul, indicam um resultado diferente. “Nos trabalhos de prática efetuados, o comparativo entre os cultivares RR e Intacta não apontam 10%, mas 3%”, lembra. 
A proposta da Monsanto está em não aplicar correção monetária nos preços e a possibilidade de um desconto de 5% para pagamentos antecipados. “Vimos uma posição bem clara de que, inicialmente, não está nos planos da Monsanto mexer em valores”, avalia Konrad. Mas ele destaca que na reunião foi considerada a utilização de uma nova metodologia. “A Monsanto acenou com uma pré-certificação, que seria uma identificação preliminar das lavouras com Intacta. Acho que seria um caminho a ser considerado junto com as entidades para a redução dos preços”, pondera. 
O vice-presidente chama a atenção para o peso desses valores nos custos de produção. “Hoje temos um custo muito alto em relação ao crédito e ao seguro rural somado aos royalties. Num custeio de dois mil reais, esses gastos somam seiscentos reais antes mesmo de levantarmos o telefone para buscar o primeiro insumo”, critica. Além da Farsul, a reunião contou com representantes do Senar-RS, Acergs, Fetag, Apassul, Abrasem e Agrosoja/RS. A Fecoagro também já se manifestou favorável a revisão dos valores. Um novo encontro será agendado para a continuidade das negociações.

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