segunda-feira, 25 de julho de 2016

O Alto preço pago pela falta de estoques

A pressão exercida pelo preço dos alimentos e bebidas na inflação brasileira nos últimos meses poderia ter sido evitada com uma política eficiente de médio e longo prazos dos estoques públicos, o que há anos não é feito no Brasil. embora o governo prefira jogar a culpa nas condições climáticas, que reduziram o volume da safra de algumas culturas no país, é sabido que existem medidas de regulação que podem ser usadas de forma preventiva para evitar as oscilações recentes vistas no mercado.
O desequilíbrio é tamanho que em junho, por exemplo, apenas o feijão e o leite responderam por 60% da alta de 0,35% da inflação medida no mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas.
Se o Brasil tivesse seus estoques reguladores abastecidas, a alta de produtos como milho, arroz, feijão e trigo poderia ter sido ao menos contida. É exatamente para isso que servem as aquisições e leilões do governo federal: entrar comprando quando o mercado desaquece e voltar vendendo quando o produto subir.
Os estoques públicos devem ser reabastecidos quando os preços estão baixos, servindo como um balizador de mercado.
Hoje, o Brasil tem 877 mil toneladas de milho armazenadas da CONAB. O volume é suficiente para apenas seis dias de consumo no país.
Aos 84 mil toneladas de arroz, para três dias, e as 15 mil toneladas de trigo, para menos de um dia. De feijão carioca, não há nada aprovisionado.
Precisaríamos ter, no mínimo, produtoras estocadas para abastecer o mercado por 30 dias, tempo para entrada de uma nova safra ou de alguma ação mais emergencial por parte do governo.
O abandono dos estoques públicos não é de agora. Decorre de pelo menos seis ou sete anos de ausência de medidas eficientes voltadas á regulação do mercado e segurança alimentar, incluindo preços defasados, o caminho adotado pelo governo para tentar conter a inflação, aumentando a taxa básica de juro, é extremamente equivocada.
E a conta de tudo isso vai parar em um lugar só: no bolso da população.  

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