sexta-feira, 9 de junho de 2017

Estado prepara novo modelo de fiscalização

A proposta de uma nova lei estadual de inspeção dos produtos de origem animal será encaminhada nos próximos dias à Assembleia Legislativa. O projeto de lei autoriza a Secretaria da Agricultura a habilitar veterinários de fora do serviço oficial para as atividades de inspeção industrial e sanitária. Os profissionais terão que estar vinculados a empresas credenciadas na secretaria.O modelo foi apresentado ontem ao setor de proteína animal e recebeu críticas da Associação dos Fiscais Agropecuários do Estado (Afagro/RS).
Pela proposta, a inspeção é diferenciada da fiscalização. Hoje, apenas veterinários da secretaria podem inspecionar e fiscalizar os processos dentro das indústrias.
Com o novo modelo, o Estado ampliaria seu foco na fiscalização, supervisão dos serviços de inspeção e auditagem dos processos. Caberia à indústria a contratação dos veterinários habilitados pelo Estado. O secretário da Agricultura, Ernani Polo, argumenta que a
defasagem no número de fiscais agropecuários e a limitação de estrutura não permitem que o Estado atenda a atual demanda da indústria e nem acelere a liberação de novos projetos que dependem de análises na Divisão de Inspeção de Produtos de Origem
Animal (Dipoa). "Temos um gargalo e a nossa forma de inspeção está comprometida", reconheceu, ao apresentar o projeto.
Reação não é consensual Entre os fiscais agropecuários estaduais, a proposta da nova lei de inspeção repercutiu mal. O conselheiro da Afagro/RS, Antonio Augusto Medeiros, diz que um dos pontos preocupantes da mudança, que chamou de "radical", é a diferenciação da inspeção e da fiscalização. "No dia a dia não vemos a possibilidade de executar uma atividade de inspeção sem a fiscalização. Isso compromete a execução do trabalho
e, no final, quem sai prejudicado é o consumidor, que não terá produtos de qualidade", critica. Já Rogério Kerber, presidente  do Fundesa, fundo que ajudou a dar consultoria ao novo projeto, elogiou. "Será um sistema de inspeção moderno, que atende leis brasileiras e recomendações de organização internacionais", afirmou. Para o diretor executivo da
Associação Gaúcha de Avicultura, José Eduardo dos Santos, a proposta é uma "evolução" porque "fortalece a fiscalização e dá mais credibilidade à indústria, além de oferecer condições para que os projetos sejam analisados com mais agilidade".

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