Confirmada pelo ministro Blairo Maggi durante a Expodireto Cotrijal, o
mecanismo de Aquisições do Governo Federal (AGF) voltado à cadeia do arroz
é visto com restrições por entidades do setor. O presidente da Câmara do Arroz
da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul),
Francisco Schardong, afirma que a operação é importante, mas ressalta que o
fundamental neste momento seria diminuir os estoques, algo que a AGF não
proporciona. "É uma aquisição que fica na mão do governo. A não ser que
seja feita para doações internacionais ou doação social", observa o
dirigente. Uma das alternativas em discussão seria a destinação de arroz
adquirido pelo governo federal para refugiados venezuelanos que ingressaram no
Brasil recentemente. O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do
Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles, ressalta que as AGF deverão
fortalecer o piso do preço do arroz. O mecanismo é considerado
importante principalmente para cooperativas e pequenos produtores que
não conseguem acessar as operações de PEP e Pepro. "Também é menos
burocrático e dá mais segurança ao produtor", acrescenta Dornelles. O
dirigente, no entanto, entende que o mecanismo deve ser usado com equilíbrio,
"para que amanhã ou depois estes estoques não virem um problema para o
produtor". Por outro lado, Dornelles pondera que o Rio Grande do Sul −
responsável por 70% da produção nacional de arroz − vai colher um volume
significativamente mais baixo neste ano em relação ao ciclo passado. "Esse
estoque possivelmente poderá ser usado numa eventual escassez de produto",
complementa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário