terça-feira, 12 de abril de 2016

Cortes podem limitar distribuição de vacinas

A restrição de receita do governo estadual pode forçar a Secretaria da Agricultura (Seapi) a reduzir o número de pecuaristas beneficiados pelo Programa Estadual de Vacinação contra a Febre Aftosa. Depois de contemplar produtores com rebanhos de até cem cabeças em 2014 e de até 30 cabeças em 2015, a doação das doses pode ficar restrita a produtores que têm, no máximo, dez animais. A possibilidade foi admitida ontem pela coordenadora do Programa Estadual de Vacinação contra a Febre Aftosa, Graziane Rigon. "O martelo será batido na semana que vem, após reunião que o secretário terá com entidades representativas do setor", destacou.

Conforme Graziane, a Seapi conta com um estoque de 900 mil doses, volume suficiente para atender o novo recorte de público alvo pretendido e para dispensar a necessidade de despesas nesta etapa. A vacinação começa no dia 1- e termina no dia 31 de maio.

O presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, criticou a possí- vel alteração do critério e antecipou que poderá sugerir a extinção do programa. "Se for para diminuir o número de atendidos, eu vou dizer que é melhor acabar", adiantou, referindo-se à posição que levará para a reunião. "Não faz sentido manter um programa para atender a tão pouca gente", completou.

Apesar da contrariedade, Silva ressalvou que não estão previstos protestos públicos. "O governador nos deu a sua palavra de que os programas para a agricultura familiar seriam prioriza-dos e, por isso, não trabalhamos com a hipótese de redução (da oferta de vacinas)", declarou. "Se a palavra dele não se confirmar vamos decidir o que fazer."

Continente quer mudar seu status

A 43ª reunião da Comissão Sul-Americana para a Luta contra a Febre Aftosa (Cosalfa) reafirmou o consenso de que o continente precisa avançar para o status de zona livre de aftosa sem vacinação, ontem, em Pun-ta del Este, no Uruguai. A discussão contou com a participação de técnicos e autoridades do setor, representantes de entidades e instituições de países da América do Sul e Panamá, que, ao mesmo tempo, admitiram a necessidade de dar passos cautelosos até atingir o objetivo. "Precisamos fortalecer o processo sem riscos", disse o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, Francisco Turra, que defendeu a elaboração de um cronograma de etapas a serem vencidas. O presidente em exercício do Conselho de Veterinária do Rio Grande do Sul, José Arthur Martins, acredita que, com o aperfeiçoamento dos programas de erradicação da doença, em breve o Estado poderá avaliar a retirada da vacina.

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