sexta-feira, 13 de julho de 2018

FRETES Custos chegam ao consumidor


E nquanto aguardam a publicação da tabela de preços mínimos do frete, prevista para 20 de julho pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), entidades agroindustriais alertam que o aumento dos custos será repassado aos consumidores. "Não temos outra escolha", avalia o presidente da Associação Gaúcha de Avicultura, Nestor Freiberger. Levantamento da Associação Gaúcha dos Supermercados já apontou variação no preço médio do quilo do frango, de R$ 7,41, em maio, para R$ 8,11 na semana passada. Freiberger lembra que a indústria depende do transporte rodoviário, inclusive para a "importação" de milho de outros Estados para abastecimento dos aviários. O presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado, Paulo Pires, diz que o tabelamento do frete desconsiderou a lei da oferta e da procura. Lembra, inclusive, que há política de preço mínimo para várias culturas agrícolas, como a do trigo, e que o mercado muitas vezes paga valores inferiores aos estabelecidos, por conta do livre comércio. O presidente da Associação das Empresas Cerealistas do Estado, Vicente Barbiero, diz que aguarda, por parte da ANTT, uma nova tabela, "condizente com a realidade". Formalmente, a tabela publicada em 30 de maio está em vigor, mas não tem sido usada na prática. Os preços do frete estão cerca de 20% mais caros do que os de antes da paralisação dos caminhoneiros. A esperança de quem depende do transporte, segundo Barbiero, está depositada no Supremo Tribunal Federal, que irá julgar três Ações Diretas de Inconstitucionalidade contra a política de preços mínimos para o frete. O presidente da Associação dos Produtores de Soja do Rio Grande do Sul (Aprosoja/RS), Luis Fernando Fucks, diz que o fluxo de transporte de soja tem se mantido no Interior, até em função da valorização dos preços da oleaginosa, mas em ritmo mais lento do que o normal. "Na prática, a tabela da ANTT não está sendo cumprida", afirma.


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