E nquanto aguardam a publicação da tabela de preços mínimos do
frete, prevista para 20 de julho pela Agência Nacional de Transportes
Terrestres (ANTT), entidades agroindustriais alertam que o aumento dos custos
será repassado aos consumidores. "Não temos outra escolha", avalia o
presidente da Associação Gaúcha de Avicultura, Nestor Freiberger. Levantamento
da Associação Gaúcha dos Supermercados já apontou variação no preço médio do
quilo do frango, de R$ 7,41, em maio, para R$ 8,11 na semana passada. Freiberger
lembra que a indústria depende do transporte rodoviário, inclusive para a
"importação" de milho de outros Estados para abastecimento dos aviários. O presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado, Paulo Pires, diz que o
tabelamento do frete desconsiderou a lei da oferta e da procura. Lembra,
inclusive, que há política de preço mínimo para várias culturas agrícolas, como
a do trigo, e que o mercado muitas vezes paga valores
inferiores aos estabelecidos, por conta do livre comércio. O presidente da
Associação das Empresas Cerealistas do Estado, Vicente Barbiero, diz que
aguarda, por parte da ANTT, uma nova tabela, "condizente com a
realidade". Formalmente, a tabela publicada em 30 de maio está em vigor,
mas não tem sido usada na prática. Os preços do frete estão cerca de 20% mais
caros do que os de antes da paralisação dos caminhoneiros. A esperança de quem
depende do transporte, segundo Barbiero, está depositada no Supremo Tribunal
Federal, que irá julgar três Ações Diretas de Inconstitucionalidade contra a
política de preços mínimos para o frete. O presidente da Associação dos
Produtores de Soja do Rio Grande do Sul (Aprosoja/RS), Luis Fernando
Fucks, diz que o fluxo de transporte de soja
tem se mantido no Interior, até em função da valorização dos preços da
oleaginosa, mas em ritmo mais lento do que o normal. "Na prática, a tabela
da ANTT não está sendo cumprida", afirma.
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