O Conseleite apontou queda no preço de referência do leite pelaprimeira vez no ano em agosto. Segundo dados divulgados ontem pelo conselho, ovalor projetado para omês édeR$ 1,2210 por litro, 5,7% abaixo do consolidado de julho, que foi de R$ 1,2949. Ofim da sequência de aumentos tem relação com ajustes entre oferta econsumo.
O professor da Universidade de Passo Fundo (UPF), que faz parte da Câmara Técnica do Conseleite, Eduardo Finamore, explica que a greve dos caminhoneiros provocou falta de leite no mercado entre maio e junho e que agora a oferta voltou acrescer, enquanto que o consumo, mesmo mais elevado no inverno, não aumentou nas mesmas proporções.
Mesmo com a projeção de queda neste mês, Finamore diz que o valor médio de janeiro a agosto é de R$1,11, o maior preço médio observado desde 2006 pelo Conseleite. Para o professor, estes dados apontam que 2018 éo ano de recuperação da cotação, diante de um 2017 muito ruim. Para os próximos meses, Finamore acredita que pode haverrecuo nos preços, mas não se constatará um declínio como no ano passado. Em dezembro de 2017, o valor caiu a R$ 0,8314.
Opresidente do Conseleite, Pedrinho Signori, diz que omomento deve ser de cautela. "Claro que as famílias não podem deixar de investir, mas elas têm que ter cuidado", recomenda.
Signori diz que aprodução de leite, embora seja tradicionalmente maior nesta época do ano, está um pouco menor do que em 2017. Três razões são apontadas para isso: agreve dos caminhoneiros, que interferiu no planejamento das propriedades; as pastagens, que tiveram problemas de desenvolvimento em função do frio eda chuva; e, por fim, os altos custos com ração,umfator que impacta na alimentaçãodorebanho.
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