quarta-feira, 22 de agosto de 2018

PECUÁRIA Pesquisador desenvolve vacina promissora para a pecuária

Uma nova vacina para o tratamento de infecções e intoxicações  que afetam animais do campo e a  produção pecuária, como o botulismo e enterotoxemia, chegará no  mercado em até dois anos. O produto foi desenvolvido no Centro  de Desenvolvimento Tecnológico  (CDTec) da Universidade Federal  de Pelotas (UFPel), um trabalho  de 11 anos do médico veterinário e  doutor em Biotecnologia, Fabricio  Rochedo Conceição. A fórmula traz  resultados promissores, mais satisfatórios dos que atuais em circulação, além de uma produção simplificada, ágil e bem menos onerosa.  Agora em fase de escalonamento, a  nova vacina sai do laboratório para  a produção em massa, reafirmando o potencial do Estado na área de  pesquisa e tecnologia, e trazendo  preços mais acessíveis ao produtor  do campo.
A fórmula desenvolvida durante mais de uma década de estudos acaba de ser comprada por  uma gigante no mundo empresarial da saúde: a holandesa Vaxxinova, especializada na prevenção  de doenças em animais de produção. Com operações globais, a  Vaxxinova também adquiriu o laboratório Biovet, fundado 1957 no  Brasil, e agora tem a missão de produzir em grande escala os experimentos desenvolvidos em Pelotas.  "Nosso trabalho, que também  representa a vocação do curso, é  atacar e solucionar os problemas,  gerando produtos e serviços que  melhorem a vida em sociedade",  diz Fabricio Rochedo Conceição,  que também é professor de graduação e pós-graduação de biotecnologia no CDTec. A vacina tem  a função para prevenir e combater a clostridioses. O termo é usado genericamente para denominar  doenças causadas por bactérias do  gênero Clostridium, que atingem,  principalmente, suínos, bovinosovinos, caprinos, equinos. "Essas  doenças não acontecem frequentemente, mas quando surgem a mortalidade é elevada. O desfecho, geralmente, é fatal", diz.
Por serem infecciosas, as clostridioses são transmitidas de um  animal para o outro de forma muito rápida, além de criarem formas  de resistência. De acordo como professor, a bactéria já está presente no  solo e no intestino de vários animais, inclusive dos homens, sendo  resistente a defecação, a radiação  ultravioleta e falta de água. "Assim  faz o ciclo da bactéria no meio ambiente, impossibilitando a erradicação, que é praticamente impossível", ressalta Conceição.
Com a finalidade de reduzir as  sequelas nos animais de produção  e o impacto econômico que doenças trazem ao campo, o produto  minimiza a infecção e os sintomas  da clostridioses, impedindo o óbito. "A vacina ensina nosso sistema  imunológico a se defender, especificamente, de uma determinada  doença. Na pesquisa em questão,  os indicadores são bem positivos",  diz Conceição. O resultado da fórmula prova que, mesmo se contaminados, os sinais da doença serão mais fracos, as lesões menos  intensa e o os animais afetados  irão perder menos peso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário