terça-feira, 8 de novembro de 2016

Plantio do arroz no estado não deve ser concluído até o fim do período ideal

As chuvas no mês de outubro  atrapalharam a expectativa dos  produtores de arroz de uma safra  de grande volume e produtividade. O plantio, que até a primeira  quinzena de outubro andava com  velocidade acima da média histórica, estagnou em 60% da área  projetada de 1,09 milhão de hectares, de acordo com os dados do  Instituto Rio Grandense do Arroz  (Irga).

Conforme o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles, o mês  passado, período ideal de plantio, teve uma primeira quinzena  com grandes avanços na área,  mas depois a perspectiva foi invertida. Mesmo com pausas nas  precipitações, poucas regiões retomaram os trabalhos após o período de chuvas acima da média,  o que deve comprometer o prazo  de plantio dentro do zoneamento,  que termina na primeira quinzena de novembro. "Não se tem a  expectativa de que a área restante  seja plantada no período ideal. Teremos parte da área plantada fora  de época, além do replantio de lavouras", justifica.  Os problemas climáticos, de  acordo com o dirigente da Federarroz, também trouxeram da nos para o estabelecimento da  lavoura, como a não germinação  de sementes pelo excesso de chuvas, obrigando o replantio destas  áreas e aumentando o custo de  produção, como reconstituição de  curvas de nível. Em outras áreas,  há desuniformidade no nascimento das plantas e já são registrados  ataques de pássaros nas lavouras. "Também temos muitos relatos da ocorrência de arroz espontâneo excessivo, que é quando o  grão cai na colheita e vem a emergir durante o plantio seguinte, podendo comprometer a colheita  pelo número de plantas em demasia", observa.

Se em algumas regiões as chuvas têm prejudicado a evolução da  semeadura, em outras, têm causa do problemas de ordem técnica.  Na zona Sul, por exemplo, conforme o engenheiro agrônomo e  coordenador regional do Irga, André Matos, as condições climáticas  adversas não permitiram a aplicação de herbicidas pré-emergentes  no momento ideal, o que dificulta o controle de plantas invasoras,  porém pondera: "O excesso de  chuvas não vem afetando o bom  andamento da semeadura que, na  zona Sul, atinge 76,5%, o que significa que está dentro das expectativas se comparada à safra anterior, que, neste mesmo período,  era de 56,8%", explica.  A boa notícia é que, de acordo  com a previsão do Instituto Clima tempo, a tendência é que as chuvas deem uma trégua ao longo  das próximas semanas, o que já  começa a ser percebido. Este cenário é favorável ao plantio e às  lavouras, pois também garante o  aumento da luminosidade, fator  decisivo para o desenvolvimento  das plantas.

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