quinta-feira, 27 de julho de 2017

Mecanização eleva produtividade e exige profissionais cada vez mais qualificados, mas elimina milhares de vagas no campo

O Rio Grande do Sul perdeu mais de 103 mil postos de trabalho no campo nos últimos cinco anos. Apesar de ter sua economia enraizada nas lavouras, o Estado teve queda de 13,4%, pouco abaixo do índice nacional, que apontou redução de 15,8%. Os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) comparam o primeiro trimestre de 2017 com o de 2012 e confirmam que a atividade é a que teve maior queda de pessoas ocupadas no país.

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) reforçam o movimento, com saldo negativo de 345 vagas na agropecuária nos últimos 12 meses no Estado. Só em junho deste ano, foram desligadas 5.256 pessoas e contratadas 2.824, redução de 2.432 trabalhadores. No mesmo período de 2012, foram contratadas 4.349 pessoas e desligadas 5.124 - 775 vagas a menos.

Coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo avalia que a redução no número de pessoas ocupadas no campo deve-se à mecanização somada à recessão. Além da tecnologia, a dificuldade de recrutar motiva empresários a investirem ainda mais na automatização.

- A mecanização é excludente. As máquinas têm tirado postos de trabalho e isso se multiplica pelas propriedades. Ao mesmo tempo, as oportunidades aumentam para quem busca conhecimento - frisa o chefe da divisão técnica do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), João Telles.

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