segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Benefícios para o arroz e a pecuária

Apesar dos desafios para aumentar a produtividade da soja na região, nenhum produtor nega o legado que a cultura tem deixado para a Metade Sul. Uma das vantagens é que a oleaginosa fixa no solo nutrientes básicos para outras culturas, como arroz e milho. "Lavouras de arroz semeadas sobre a resteva da soja têm condi- ções de colher hoje, no mínimo, 10 sacos por hectares a mais do que se não fosse sobre a resteva", compara o diretor técnico do Irga, Maurício Fischer. Outro fator é o benefício à pecuária de corte. O vicepresidente da Farsul, Gedeão Silveira Pereira, explica que, apesar de o grão avan- çar sobre a área da pecuária durante o verão, no inverno há uma compensação pelo favorecimento ao cultivo das pastagens sobre a palha da soja. "A melhor nutrição dos animais vem contribuindo para uma carne de mais qualidade e um maior índice de prenhez nas vacas". Os municípios sulistas têm ainda vantagem logística pela proximidade do Porto de Rio Grande, que escoou, em 2016, 9,7 milhões de toneladas do grão. "Quem tem que transportar soja lá de Passo Fundo, Júlio de Castilhos, Ijuí, Tupanciretã tem o frete dobrado e valor dos insumos mais alto em relação às cidades que ficam mais ao Sul", observa Pereira. O professor da UFSM, Enio Marchesan, cita ainda como ponto positivo a disponibilidade de água na Metade Sul, potencializando a irrigação como prática de manejo, e a disponibilidade de terras para aumentar o espaço das lavouras. A pesquisadora Ana Cláudia, da Embrapa Clima Temperado, diz que, somente na área ocupada hoje pelo arroz - de 1 milhão de hectares, segundo o Irga - seria possível usar 600 mil hectares para produção de soja.

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