terça-feira, 17 de maio de 2016

Porque o Rio Grande do Sul lidera?

Em 2007, embalado pelo crescimento econômico mundial, os preços no mercado internacional de lácteos estavam muito elevados, quase o dobro daqueles historicamente praticados.
Neste ambiente favorável, o Brasil exportava leite para 86 países do mundo.Mas, de repente, veio a crise americana, derrubou o crescimento mundial no mercado de leite desabou e não recuperou. E no Brasil, o que aconteceu depois disso?
Entre 2007 e 2014, a produção de leite cresceu 34,6%, volume adicional que equivale á produção anual da Argentina.
Já a Região Sul cresceu 62,5%, quase o dobro.E todas as de mais regiões cresceram menos que o Brasil. A região Sudeste, até hoje a maior em produção leiteira, cresceu 30,5% ou menos da metade que a Região Sul.Por outro lado, neste mesmo período, a produtividade por vaca cresceu 23% no Brasil e 29% na Região Sul. Um belo desempenho para a atividade leiteira.Afinal, que segmento no Brasil, seja no agronegócio, na indústria, no comércio ou serviços expandiu em produtividade em tamanha proporção?
Pois, o Rio Grande do Sul cresceu se destacou neste período.Cresceu a produtividade em 50%, bem mais que o Brasil.E ultrapassou o Estado de Santa Catarina, ocupando o lugar de campeão brasileiro em produtividade.
O Estado atingiu a marca de 3.034 litros por vaca ao ano, enquanto o Brasil tem produtividade de 1.525 litros por vaca ao ano.Portanto, a metade. Além disso, Carlos Barbosa é o terceiro município com maior produtividade, ou 6.827 litros por vaca e, dentre os cem municípios com maior densidade de leite em todo o Brasil, 39 são gaúchos. O que explica tudo isso?
Com meu olhar mineiro, vejo três diferenças entre o modo de produção de leite gaúcha e a do Brasil. A primeira é de organização produtiva .No Rio Grande do Sul, como nos principais países produtores do mundo, a família presente permanentemente na produção e na tomada de decisões faz a vaca dar mais  leite e a um custo menor.Mais que isso, a mulher trabalha para garantir leite de melhor qualidade e melhor qualidade e melhor recria das bezerras.
A segunda está na visão do negócio.O produtor de leite gaúcho é bom agricultor, com frequência, isso muda a maneira de encarar a atividade.
No resto do Brasil, ainda predomina o tirador de leite, isso faz uma grande diferença, uma terceira dimensão  está na organização social. Associações, cooperativas, prefeituras e mesmo parcerias entre vizinhos faz com que produtos e serviços tecnológicos cheguem aos produtores. No restante do Brasil, não é assim. Por isso, olhamos para os produtores gaúchos  com admiração.Temos muito a aprender com vocês!
"Não temos o livre arbítrio para usar a propriedade como quisermos. Muitos legisladores parecem estar preocupados apenas com a sustentabilidade ambiental.
Creio que é preciso um equilíbrio entre rentabilidade e sustentabilidade ambiental.

Fonte: Zero Hora / Claudio Feijó Evangelista Tavares/Agrônomo e Produtor Rural  

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