Enquanto trava
dura batalha com os europeus, que restringiram as importações de frango e
pescados, o Brasil recebe na quinta feira (24) o certificado de país livre da
febre aftosa, concedido pela OIE (Organização Mundial de Saúde Animal), com
sede em Paris. A aftosa é uma doença que ataca bovinos
e outros animais de casco bipartido. Seu controle facilita a abertura de
mercados para exportação. "O novo status sanitário concedido por esta
renomada organização representa o reconhecimento da vitória de uma longa e dura
trajetória de muita dedicação de pecuaristas e do setor veterinário oficial
brasileiro", disse o ministro da Agricultura,
Blairo Maggi, em discurso neste domingo, 20, na cerimônia de abertura da 86ª
assembleia da OIE. O certificado atestará que a febre aftosa está controlada em
todo o território brasileiro, por meio da aplicação de vacinas. "Nosso
novo grande desafio será enfrentar a etapa final do processo de erradicação da
doença em nosso País e na América do Sul, ampliar nossas zonas livres sem
vacina- ção e, em especial no Brasil, alcançar a condi- ção de país livre da
febre aftosa sem vacinação", afirmou o ministro. Para chegar a essa
condição, reconheceu Maggi, é preciso avan- çar na prevenção, vigilância e
resposta a emergências que venham a ocorrer. "Serão necessários muito mais
investimentos no serviço veterinário". Maggi esteve na semana passada na
China e iniciou conversas para vender outros produtos de origem bovina, como
carne termicamente processada, cuja venda só será possível por causa do
certificado a ser emitido pela OIE. Em reunião com a área da aduana que trata
de controle sanitário, foi tratada a exportação de miúdos e carne com osso,
além de outros itens como arroz,
frutas e lácteos. Uma missão técnica chinesa virá ao Brasil no fim de maio ou
início de junho para vistoriar frigoríficos. A expectativa é que até 84 plantas
sejam autorizadas e exportar para aquele país. Além disso, na semana passada o
governo da Coreia do Sul anunciou que começará a importar carne suína do
Brasil, um mercado potencial de US$ 1,5 bilhão. Segundo Maggi, a pecuária representou Valor Bruto da Produção de R$ 175
bilhões em 2017. As exportações do complexo carne aumentaram 8,9%, somando US$
15,5 bilhões. Restrições Por outro lado, o controle brasileiro sobre a produção
de proteína animal têm sido duramente questionado pela Europa. Na semana
passada, a União Europeia bloqueou a compra de frango de 20 frigoríficos locais
por suspeita de uso de laudos sanitários falsos. Também informou que vai
descredenciar as plantas exportadoras de peixe. Nesse caso, porque as
embarcações não atendem padrões exigidos pelo bloco. "Isso não é
implicância da UE", disse o consultor Pedro de Camargo Neto, ex presidente
da Sociedade Rural Brasileira. "O problema
é a lentidão do Brasil em mostrar sua sanidade." Ele observou que a operação Carne Fraca já tem mais de um ano, mas o País segue com
fragilidades no controle sanitário. Por causa disso, os EUA fecharam seu
mercado à carne bovina in natura e até hoje não retomaram suas importações. As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo
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