Em meio ao término de safra com baixos preços praticados
e queda de produção, a 11ª Semana Arrozeira de Alegrete é anunciada
com temas ligados à atual situação da cultura. A intenção do evento é
debater modelos econômicos e comerciais, além de sanar dúvidas acerca dos
mecanismos de exportação, alternativa ao mercado interno. O encontro
acontece entre os dias 27 de maio e 2 de junho no CTG Aconchego dos
Caranchos, em Alegrete.
A presidente da entidade promotora, a Associação dos Arrozeiros de
Alegrete, Fátima Marchezan, relata que o preço atual do produto no País
está bastante desvalorizado. "O preço da saca, hoje, varia entre R$
34,00 e R$ 38,00, cerca de R$ 15,00 a menos que o pago no mesmo
período do ano passado", diz. O valor corrente é quase R$
10,00 a menos do que os custos de produção por saca.
Para driblar a situação, a associação, em conjunto com o município
de Alegrete, planeja a estruturação de uma fábrica de Fáiŵa ďusĐa
alterŶaivas para os preços depriŵidos do Đereal LUIZA PRADO/JC
farinha de arroz, o que agrega valor ao produto. O terreno
para instalação já foi escolhido, o projeto está em fase de prospecção
de valores. "O custo será de R$ 250 mil para a máquina de moer
farinha e para a de ensacar o produto", afirma.
Fátima argumenta que esta solução, por outro lado, não é decisiva
para a situação do setor. Ainda seria imperativo, em sua avaliação,
maior rigor na impor tações dos grãos de outros países da América Latina,
em especial do produto paraguaio. "Os preços de insumos como
herbicidas por lá podem ser cerca de 300% menores do que os valores
encontrados por aqui", relata. Além disso, a presidente
destaca que a alta do dólar atua dubiamente para o setor. "Ao
mesmo tempo em que temos uma melhor taxa de câmbio para as exportações,
diversos insumos tem o preço elevado por serem importados", lamenta.
Pelas projeções para a safra 2018/2019, diz, com a atual
conjuntura, espera-se aumento de 10% nos custos de produção.
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